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Lula se compara a venezuelano e diz que também é incompreendido

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Por Redação
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O clima pesado do encontro entre os presidentes Lula e Hugo Chávez, da Venezuela, foi disfarçado publicamente por meio da insistência do brasileiro em apontar que é tão incompreendido e criticado por seus opositores quanto seu "companheiro" bolivariano. Em sua declaração à imprensa, Lula afirmou que, assim como Chávez, é vítima dos que não querem aceitar a existência de um "governo progressista", que concentra suas ações nas camadas mais pobres da população, e dos boatos disseminados para atrapalhar a aliança estratégica entre os dois países. "Você tenha a certeza que tem no governo brasileiro e na minha pessoa para os bons e os maus momentos", afirmou Lula, que defendera pouco antes a importância do bom entendimento bilateral no processo de integração sul-americana, em sintonia com o discurso de Chávez. Para Lula, as versões publicadas de que seu relacionamento com Chávez não estaria bom não passam de "intrigas" e de "boatos". Insistiu ainda em que nada impedirá o Brasil de aprofundar sua relação estratégica com a Venezuela. Entusiasmado, Lula afirmou que os povos da Venezuela e do Brasil compreendem a prioridade dos dois governos aos mais desfavorecidos. Em seu ponto de vista, ambos os povos conquistaram cidadania e o compromisso com a democracia, e seus governos construíram um "alicerce" para o desenvolvimento e a justiça social. Para ele, os dois países seriam muito mais ricos se tivessem adotado as atuais políticas há mais tempo. Lula reafirmou sua máxima de que o Brasil "vive o melhor momento político e econômico dos últimos 30 anos" e que a Venezuela segue na mesma linha. Em referência à pesquisa do Pnad, divulgada na semana passada, insistiu em que seu governo conseguiu melhorar as condições de vida dos brasileiros - um esforço que "outros não conseguiram em décadas". Para ele, "é um prazer" ver seus críticos se depararem com tais dados. Apesar da cumplicidade política, Lula dobrou apenas parcialmente a resistência de Chávez à sua campanha pelos biocombustíveis. Compradora de etanol do Brasil, a Venezuela pretende ampliar suas compras externas de álcool, mas escolheu outro fornecedor - a Citgo, subsidiária da PDVSA instalada nos Estados Unidos, país que fabrica o combustível a partir do milho. "Você vê na televisão, às vezes, a briga do Chávez com o Bush e você lembra que os EUA ainda são o principal parceiro comercial da Venezuela, como também é do Brasil", disse Lula.

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