PUBLICIDADE

Lula quer que ricos paguem pela conservação do meio ambiente

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou compromisso dos países ricos com o Protocolo de Kyoto e disse que eles terão que pagar para os países pobres conservarem o meio ambiente. Em discurso no Fórum Global de Legisladores G8+5, nesta quinta-feira, no Itamaraty, Lula atacou a falta de compromisso dos países mais ricos com protocolos internacionais e questionou a cobrança por ações de proteção sobre os países mais pobres. "Kyoto não pode ser peça de ficção. É fácil assinar documento e botar no quadro. É fácil os países ricos atribuírem aos países pobres os problemas ambientais", disse Lula, diante de parlamentares dos oito países mais ricos do mundo, além do Brasil, China, Índia, México e África do Sul. Lula foi adiante e cobrou dos países ricos uma contrapartida econômica. "É preciso levar para o G8 que países ricos consomem 80 por cento das riquezas naturais do planeta. (Eles) têm que pagar a contrapartida para que os países pobres conservem o meio ambiente." O presidente aproveitou a cerimônia para pedir empenho pela aprovação da Rodada de Doha de livre comércio, mas foi enfático ao dizer que as concessões precisam vir dos países mais ricos. "Se não houver flexibilidade na redução dos subsídios agrícolas, não haverá acordo de Doha", afirmou Lula. "(Se não) os países pobres de hoje serão os países pobres de amanhã e os países pobres de sempre. Cabe a nós estabelecer uma conversa mais firme", acrescentou. Lula voltou a dizer que o Brasil não precisa avançar sobre a floresta amazônica para garantir a produção agrícola e disse que tem questionado os produtores de só utilizarem a soja para biocombustível. "Temos vários tipos de oleaginosas que podem produzir biocombustível sem problemas. A soja é uma commodity e não teremos sucesso se utilizarmos um alimento para produzir diesel." (Texto de Mair Pena Neto; Edição de Carmen Munari)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.