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Lula quer mudar Defesa para estimular indústria bélica

Segundo a Reuters, o presidente considera a pasta como ´sem função determinada´

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja reestruturar o Ministério da Defesa, criado em 1999 e considerado "sem função determinada" pelo governo petista. Segundo a Reuters, os países vizinhos são vistos pelo governo Lula como mercado potencial e parceiros complementares na produção e comércio de material bélico. Lula quer que a Defesa atue como um dos eixos da política industrial e oriente de fato os comandos das três Forças (Exército, Marinha e Aeronáutica), disseram um dirigente do PT e uma fonte do governo à Reuters. A reestruturação deve ser conduzida pelo sucessor do ministro Waldir Pires, que se prepara para deixar o cargo, mas sem data definida. O programa de governo da campanha da reeleição de Lula, em 2006, assume o compromisso de "reconstruir a indústria bélica nacional, de forma articulada com os países da América do Sul". E também aponta a necessidade de "concluir o processo de institucionalização do Ministério da Defesa". A estrutura criada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estaria mantendo os comandos militares como unidades autônomas, segundo os críticos, sem um comando civil efetivo. O Ministério da Defesa tem uma despesa prevista de R$ 38 bilhões no Orçamento de 2007, a maior parte para pagamento de pessoal ativo e inativo. Apenas R$ 1,9 bilhão estão previstos na rubrica "investimentos". O Exército controla a estatal Indústria de Material Bélico (Imbel). O presidente também teria conversado sobre a Defesa com aliados de outros partidos. Em janeiro, dirigentes do PP apresentaram a ele uma proposta de política industrial e tecnológica voltada para as necessidades das Forças Armadas. Os dirigentes do PP lembraram a Lula que países como a França e os Estados Unidos utilizam as encomendas militares para impulsionar setores da economia e desenvolver tecnologias que se incorporam à vida civil e aos negócios. Lula incluiu a reformulação do Ministério da Defesa em sua agenda de conversas com o PT, mas não ofereceu o cargo nem pediu indicações para o lugar de Pires, segundo dirigentes do partido. O presidente também não deixou claro se a substituição de Pires fará parte da reforma ministerial em curso ou ficará para uma próxima etapa. Este texto foi alterado às 18h40.

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