Lula processará Veja por matéria de conta no exterior, diz Tarso

A decisão foi confirmada na tarde deste domingo pelo ministro de relações institucionais, Tarso Genro

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Por Agencia Estado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá processar a revista Veja em função da matéria publicada neste final de semana com informações sobre uma lista de supostas contas bancárias em nome do próprio presidente e de membros da cúpula petista. A decisão foi confirmada na tarde deste domingo pelo ministro de relações institucionais, Tarso Genro, que passa este final de semana no Rio Grande do Sul. "Já conversei com ele (Lula) e está decidido que irá processar (a Veja)", afirmou Genro, em entrevista por telefone à Agencia Estado. De acordo com o ministro, a matéria publicada pela revista, baseada em informações fornecidas pelo banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, não tem nenhuma fundamentação e foi produzida com único intuito de atingir o governo e o presidente Lula. "É uma matéria jornalística caluniosa e difamante", disse Genro, lembrando que a própria Veja reconheceu no texto que não conseguiu comprovar a veracidade das informações. Ainda segundo o ministro, os fatos foram inventados e resultaram em uma reportagem "gravíssima" que terá a reação legal cabível. Genro afirmou ainda que ele próprio moverá um outro processo contra a revista, devido a uma reportagem publicada esta semana que liga um esquema de irregularidades eleitorais no Rio Grande do Sul à sua campanha para o governo do Estado. "É uma matéria requentada e também difamante", disse, acrescentando que as investigações conduzidas sobre o caso gaúcho removeram o vínculo com sua campanha eleitoral. "Eles fizeram uma ligação vil desses recursos com minha campanha." Questionado se as reportagens aparecem como arma para a oposição nas eleições deste ano, ele ressaltou que os segmentos "sérios" da oposição saberão que o uso eleitoral dessas informações representaria um desserviço à sociedade e ao processo democrático brasileiro. Convenção do PMDB Genro também aproveitou para comentar o resultado da convenção do PMDB, que decidiu, ontem, derrubar a tese da candidatura própria à presidência da República nas próximas eleições. Ele reconheceu que a validade da decisão peemedebista ainda não é certa, mas ressaltou que, caso esse cenário se confirme, o PT e o governo continuarão trabalhando para manter o PMDB no palanque do presidente Lula nas próximas eleições. "Se essa posição se consolidar, vamos trabalhar pela coligação". O ministro reconheceu que a realização de uma aliança formal entre os dois partidos "não é fácil", mas insistiu na importância de deixar claro ao PMDB a disposição dos petistas em firmar um acordo dentro desses moldes. Um dos elementos colocados na mesa de negociações é a possibilidade de o PMDB indicar o vice-presidente para a chapa do presidente Lula à reeleição.

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