
12 de abril de 2009 | 18h58
Ao lado do governador Eduardo Campos (PSB), o presidente avaliou que a máquina pública foi preparada para fiscalizar e não para executar, porque o Brasil estava desabituado a fazer obras de infraestrutura. "Tem mais gente para fiscalizar as coisas que você faz do que gente para fazer, porque durante muitas décadas nós não investimos em infraestrutura, os Estados não podiam investir e nós fomos criando órgãos de fiscalização". "Hoje temos grandes instrumentos de fiscalização e menos gestores para gerar obras públicas porque as pessoas desaprenderam", afirmou o presidente.
"O Brasil era o seguinte: os bancos públicos tinham desaprendido a emprestar dinheiro; o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foi durante dez anos preparado apenas para privatizar e não para emprestar", complementou. Para ele, "um bom projeto faz o dinheiro". "Se tiver o dinheiro e não tiver o projeto, não acontece nada", observou, ao defender que "hoje todas as prefeituras, todos os governadores e o governo federal estão muito mais preparados para apresentar prateleiras de projetos". Segundo Lula, "quem vier depois de nós vai ter muito mais facilidade do que nós tivemos" porque os ministérios e as secretarias ligadas à área de infraestrutura vão ter projetos prontos.
Disposto a superar os entraves para poder inaugurar as obras do PAC dentro do programado, em 2010, ele lamentou que Carlos Wilson, seu amigo pessoal, não esteja vivo no ano que vem "para participar de inaugurações de grandes coisas que ele ajudou a construir".
O presidente afirmou que o político "deixa um exemplo de companheirismo, lealdade e solidariedade". Ele soube da sua morte hoje de manhã e decidiu ir ao Recife "pela relação histórica" que manteve com Carlos Wilson, que conheceu em 1989. Na campanha presidencial daquele ano, Carlos Wilson era vice do governador Miguel Arraes. "Eu vim pedir o apoio dele e estabelecemos uma relação de amizade muito importante". Lula chegou ao Palácio do Campo das Princesas às 14h35, onde passou pouco mais de uma hora. Em seguida, viajou para São Paulo, para o velório de outro amigo e deputado federal, João Hermann (PDT-SP).
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