Lula pede que Contag pare de promover invasões

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um dia depois de dizer que a radicalização não ajuda os movimentos sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu uma trégua à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e solicitou que a entidade pare de promover invasões. Em reunião que durou uma hora e meia com o presidente da Contag, Manoel dos Santos, Lula disse que sabe diferenciar os atos da confederação daqueles praticados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST), no seu diagnóstico uma organização nem sempre interessada na reforma agrária. Mesmo assim, reiterou o apelo por mais compreensão. Lula admitiu que o governo tem uma dívida social muito grande e afirmou esperar atender todas as reivindicações até o fim do mandato. ?Infelizmente, nada acontece com a pressa e a precisão que a gente gostaria?, justificou. O presidente também se queixou de governadores que não fazem parceria com o Planalto para acelerar os assentamentos. ?Ele falou da dificuldade operacional e disse que alguns governos estaduais não têm dado a contribuição necessária para um problema que também é deles, mas não citou nomes?, contou Santos. Na conversa com o presidente da Contag, Lula disse ter recebido uma carta do governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), que se mostrou muito preocupado com o conflito agrário na região. Pernambuco é um dos Estados com maior número de invasões, muitas delas promovidas pela própria Contag. O presidente afirmou que entende a pressão dos movimentos sociais, mas pediu o fim das invasões com o argumento de que está disposto a negociar não só com os movimentos sociais, mas com os governadores. ?Cada um tem que fazer a sua parte?, insistiu. Depois de receber um forte abraço de Lula, Santos garantiu a ele que o reforço das invasões não tem o objetivo de desestabilizar o governo, mas, sim, de cobrar mais rapidez na reforma agrária. ?Se não avançarmos neste governo, em qual momento iremos avançar??, perguntou. A Contag é integrada basicamente por petistas e ajudou na campanha de Lula. Atualmente, a Contag coordena 700 áreas ocupadas no País, que abrigam 100 mil famílias.

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