O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu nesta quinta-feira reequipar as Forças Armadas e reconstruir a indústria bélica nacional ao anunciar o decreto de criação do Grupo de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa. Lula afirmou que, para formular um plano de longo prazo para a defesa brasileira, é preciso "não apenas recuperar o poder das nossas Forças Armadas, mas também recuperar parte do conhecimento tecnológico que já tivemos". "Estou certo de que a reativação do nosso parque industrial militar e o incentivo aos nossos centros de pesquisa do setor...serão parte central dessa estratégia de defesa", disse Lula, em discurso. O governo quer aumentar o orçamento da defesa de 2008 para 9 bilhões de reais, em relação aos 6 bilhões de reais deste ano, afirmou um porta-voz do Ministério da Defesa. "É o maior aumento em uma década", acrescentou ele. Lula prometeu fomentar a hoje fragilizada indústria bélica brasileira, o que atenderia à demanda doméstica, além de permitir a exportação de equipamentos. "Eu acho que agora está na hora de construir o PAC das nossas Forças Armadas e o PAC da nossa Defesa... está na hora de a gente colocar a nossa inteligência, militar e civil, para pensar o que nós queremos ser enquanto nação soberana nos próximos 10 ou 15 anos", afirmou. Lula já garantiu à Marinha 130 milhões de reais anuais nos próximos 8 anos para continuar desenvolvendo o projeto do submarino movido a reator nuclear. A produção de defesa do Brasil inclui mísseis, aviões, blindados e armas. O presidente defendeu o papel dos militares no desenvolvimento de tecnologias e na garantia da soberania das áreas remotas da região amazônica. O plano de defesa, que deve ser concluído dentro de um ano, permitirá ao Brasil "finalmente acreditar que pode se tornar uma potência mundial no século 21", disse Lula.