Lula: País deve lembrar de 'heróis', não de torturadores

Por MÔNICA BERNARDES
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Ao participar hoje da reunião plenária do Conselho Nacional de Nutrição e Segurança Alimentar, em Recife, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva traçou um paralelo entre o combate à fome e a luta pela democracia e afirmou que o Brasil precisa de novos heróis. O evento marcou o centenário do escritor Josué de Castro, conhecido por sua luta contra a fome a subnutrição. Para Lula, "os brasileiros deveriam falar menos de quem praticou agressões durante o período da ditadura e se preocupar mais em dar visibilidade a quem foi agredido. Assim como no caso de Josué de Castro, que sempre lutou para combater a fome e sofreu com a repressão, teríamos muito mais chances de ter novos heróis brasileiros. Essa é a melhor vingança contra a ditadura: dar novos heróis ao nosso povo." Durante o evento, Lula voltou a exaltar o "excelente momento" pelo qual o País passa, assim como fez pela manhã, quando participou do início das atividades do estaleiro Atlântico Sul, no município de Ipojuca - de que o "Brasil vive um momento especial, em que as coisas estão acontecendo rapidamente". Bastante assediado, Lula respondeu com simpatia os aplausos e acenos. Momentos depois de entrar no teatro da Universidade Federal de Pernambuco, o presidente quebrou o protocolo e atendeu ao pedido da auxiliar de serviços gerais Regina Célia para que lhe desse um beijo. Do lado de fora do teatro, um grupo de pessoas ligadas ao Sindicato dos Servidores da Saúde protestavam contra o governo estadual. Há cerca de um mês profissionais de saúde pernambucanos, incluindo médicos, travam uma queda-de-braço com o Executivo na tentativa de verem atendida uma ampla pauta de exigências. O presidente Lula não chegou a ver os manifestantes porque sua entrada foi feita por uma área restrita, longe das faixas e cartazes.

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