Lula: PAC ficou para 2o mandato evitando rótulo de eleitoreiro

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Por Redação
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Ao discursar no lançamento de obras do PAC na favela do Complexo do Alemão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que foi aconselhado por Deus a deixar o início do programa para o segundo mandato, caso contrário, o plano seria taxado de eleitoreiro. "Foi importante que não anunciássemos o PAC antes das eleições de 2006, porque senão vocês iam ler em manchetes de jornal que estaríamos lançando um programa apenas com interesse eleitoral", afirmou o presidente para um público estimado em 7 mil moradores, segundo a Polícia Militar. "E deus é tão justo e tão grande que abriu minha consciência para começar esta obra do PAC exatamente no momento em que eu não disputo mais eleições no Brasil porque o mandato (presidencial) termina em 2010", completou. Como já foi reeleito em 2006, Lula não pode concorrer à próxima eleição presidencial, em 2010, mas poderá tentar novamente em 2014. Para uma platéia formada por pessoas carentes, o presidente disse que seu governo é voltado para as camadas mais pobres da população e que sonha em melhorar a imagem da violência na cidade. "Não tem retrocesso. Nós respeitamos os Estados Unidos, a União Européia, os ricos, todo mundo. Mas a nossa prioridade é cuidar dos pobres. É preciso ficar claro", disse. Além do Complexo do Alemão, o presidente lança nesta sexta-feira obras de reurbanização previstas no Programa de Aceleração do Crescimento também em Manguinhos e na Rocinha. No total, segundo o Planalto, serão investidos cerca de 1,14 bilhão de reais, sendo 838,4 milhões de reais pelo governo federal, atingindo cerca de 68 mil famílias das três comunidades. As obras incluem moradia, escolas, creches, unidades de saúde, água, esgoto, drenagem, pavimentação de ruas, iluminação, áreas de lazer e equipamentos sociais, segundo texto distribuído pelo governo federal. "Quero que a imprensa do Brasil e do Rio um dia publique uma manchete: 'Ainda há esperança do Rio voltar a ser de fato e de direito a cidade maravilhosa com muita paz"', disse o presidente, acompanhado do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e de seis ministros, entre eles Dilma Rousseff (Casa Civil). "A Dilma é uma espécie de mãe do PAC. Ela acompanha, cobra e vê se as obras estão andando ou não. Ela é a companheira que comanda o PAC, é a mãe do PAC", disse Lula. Lula convocou, na semana passada, a ministra para acompanhá-lo em eventos públicos, no que foi interpretado como uma forma de o presidente "testar" Dilma junto a platéias populares. Durante a visita, foram mobilizados 350 homens e 40 viaturas da Polícia Militar, que contou com o apoio da Força Nacional de Segurança, ocupando as principais entradas da comunidade. Mesmo assim, policiais avistaram homens armados circulando pela comunidade, fato registrado no sistema de rádio. "O cidadão sabe que o bandido não tem que ser tratado com pétalas de rosa. Mas antes do bandido há mulheres e homens que querem viver dignamente", disse Lula, referindo-se à violência que ronda a comunidade. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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