PUBLICIDADE

Lula mantém ataques e critica 'pequenez política' da oposição

Segundo o presidente, a perda dos recursos da CPMF obrigou o governo a suspender o PAC da Saúde

Foto do author Leonencio Nossa
Por Leonencio Nossa e da Agência Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar a oposição nesta quinta-feira, 27. Desta vez, Lula deixou de lado a polêmica dos cartões corporativos e voltou a criticar a oposição por ter votado pelo fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Segundo o presidente, a perda dos recursos do imposto do cheque obrigou o governo a suspender o PAC da Saúde. Para o presidente houve "pequenez política" por parte da oposição, que prejudicou a população. Veja também: Ouça a entrevista com David Fleischer  Um dia após troca de farpas, Lula não fala de CPI e sucessãoOuça a íntegra do discurso irritado de Lula  IMAGENS: Os momentos de 'amor e ódio' de FHC e Lula  ENQUETE: A CPI dos Cartões deve quebrar sigilo de Lula e FHC?  Entenda a crise dos cartões corporativos   FHC cobra dados de cartão de Lula, que reage e diz que fará sucessor Relação, já conflituosa, azedou com mensalão Em sessão marcada por bate-boca, CPI rejeita convocação de Dilma PSDB pede apuração de vazamento sobre dossiê   As críticas do presidente fazem parte de um confronto que começa a se intensificar, mirando as eleições de 2010. A operação de blindagem da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na CPI dos Cartões na última quarta-feira, 27, e o confronto direto entre presidente Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em torno da quebra de sigilo das despesas da Presidência antecipam o debate. Na última quarta, no Recife, Lula reagiu à atitude de FHC, que abriu o sigilo de seus gastos, e à tentativa frustrada da oposição de convocar Dilma para depor na CPI. "A oposição pensa que vai eleger o (meu) sucessor, mas pode tirar o cavalinho da chuva porque vamos fazer a sucessão para continuar governando este país", afirmou em discurso, ao lado da ministra, sua principal opção para sucedê-lo em 2010. Essa é a primeira vez, desde o episódio de violação do sigilo do caseiro Francenildo, em 2006, que acabou derrubando o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que um personagem-chave do governo Lula aparece envolvido em um escândalo de vazamento de informação. Segundo reportagem publicada pela revista Veja, o suposto dossiê sobre os gastos de FHC e sua família teriam partido de órgão ligado à pasta que Dilma comanda. A ministra nega envolvimento e abriu sindicância para apurar a violação. FHC, por sua vez, aproveitou o clima em Brasília para cobrar de Lula que siga seu exemplo e também autorize a abertura dos gastos da Presidência durante sua gestão. "Se eu fosse o presidente Lula, eu diria: 'venham ver o que eu fiz com o dinheiro, como é que foi gasto, não tem problema nenhum. Abre, mostra, é melhor?'", afirmou, após participar de conferência na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre agências reguladoras. "Não é preciso fazer dessa questão um cavalo de batalha." Também na CPI dos Cartões, marcada por muito bate-boca e discussões acaloradas, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), deixou claro que a leitura do Planalto sobre o debate em torno dos gastos da Presidência é de que a convocação de Dilma tem por objetivo minar os planos do governo para lançá-la candidata à sucessão de Lula. "Pelo que ela (ministra) representa hoje e pelo o que pode representar em 2010", afirmou. Planejamento familiar No Recife, nesta sexta, Lula defendeu ainda o planejamento familiar por meio de vasectomia e pílulas anticoncepcionais. "Vamos fazer uma campanha em toda rede pública para fazer vasectomia nos homens, que são covardes e não têm coragem de fazer a cirurgia", disse o presidente. "Mulher tem coragem, mas homem não tem coragem de dar nenhum pitacozinho", afirmou Lula ao inaugurar as novas instalações de uma maternidade filantrópica no centro do Recife.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.