Lula libera Dilma para empurrar PT em todo o País

Ministra está autorizada a fazer campanha em São Paulo, Curitiba e em outras cidades onde a base estiver unida

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Por Vera Rosa
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Depois de muita pressão do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cedeu: concordou em abrir "exceções" na ordem dada à chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para que ela não participasse das disputas municipais. Dilma aparecerá no programa de TV da candidata petista à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, e foi autorizada a ajudar a campanha de Gleisi Hoffman (PT), em Curitiba. Além disso, poderá atender a pedidos de candidatos do partido nas cidades onde a base aliada estiver unida, como é o caso de Natal (RN) e Niterói (RJ). Para evitar saia-justa com legendas que integram a coalizão governista e preservar do bombardeio sua favorita à sucessão presidencial, em 2010, Lula só havia liberado Dilma para subir em palanques no Rio Grande do Sul, Estado onde ela construiu sua carreira política. Os petistas, porém, convenceram o presidente de que será impossível tirar a chefe da Casa Civil da vitrine eleitoral em plena campanha, principalmente em locais estratégicos. A vitória na capital paulista, por exemplo, é considerada fundamental para o objetivo do PT de derrotar o PSDB nas eleições de 2010. São Paulo é tratada, nos gabinetes do Planalto, como a "jóia da coroa" e a disputa na capital é vista como prévia do embate que ocorrerá entre petistas e tucanos, daqui a dois anos, pela cadeira de Lula. "Pedimos ao presidente que abrisse uma brecha para Dilma porque ela é muito importante na campanha", afirmou Francisco Campos, responsável pela agenda de gravação dos ministros petistas no horário eleitoral. "Há enorme demanda pela presença dela em várias cidades, como Natal e Joinville, e nossa sugestão, para evitar problemas, é que participe prioritariamente de campanhas onde não houver racha na base aliada." Otimista, Campos disse que "dá para montar uma agenda para Dilma sem criar crise". PROGRAMAÇÃO Com intensa programação amanhã à noite em Porto Alegre, onde comparecerá ao lançamento da candidatura de Maria do Rosário (PT), e no sábado em Santa Maria e Caxias do Sul, a ministra aprovou a mudança. Dilma disse ao presidente que quer ir a São Paulo, onde Marta está tecnicamente empatada com o tucano Geraldo Alckmin, e a Curitiba, cidade em que Gleisi Hoffman - mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo - ocupa o segundo lugar, embora muito atrás do prefeito Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição. Um detalhe une Dilma a Marta e a Gleisi: o publicitário João Santana. Marqueteiro das duas candidatas do PT, ele é consultor do Planalto e tem ajudado a chefe da Casa Civil a adquirir jogo de cintura política para a campanha de 2010. Mais: já fez várias pesquisas sobre os pontos fortes e fracos da ministra e trabalha para torná-la mais sorridente e simpática.

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