Lula irá a São Paulo para o velório de Ruth Cardoso

Ex-primeira-dama morreu aos 77 anos, vítima de enfarte fulminante; enterro será realizado na quinta-feira

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Por Leonencio Nossa
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca às 14h30 desta quarta-feira, 25, para São Paulo, onde comparecerá ao velório da ex-primeira-dama Ruth Cardoso, informou a Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto. O corpo da esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) chegou na Sala São Paulo, região central da capital paulista, às 8h50 desta quarta. O velório se estenderá até as 21 horas. Já o enterro será realizado  na quinta-feira, às 11 horas, no Cemitério da Consolação, de acordo com o ex-ministro da Justiça José Gregory. Ruth Cardoso, de 77 anos, morreu na última terça-feira às 20h40, no apartamento da família, no bairro de Higienópolis, em São Paulo, vítima de enfarte fulminante. Ela havia sido internada no último fim de semana no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, mas recebeu alta na segunda-feira, 23.   Veja também: Especial: cronologia da antropóloga Ruth Cardoso  Antropóloga, Ruth Cardoso era intelectual reconhecida 'Ruth Cardoso deu novo sentido ao papel de primeira-dama' Ruth foi mais que uma primeira-dama, dizem políticos Serra e Alckmin lamentam morte de Ruth Cardoso Lula diz que morte de Ruth 'é uma grande perda' para o Brasil Galeria de fotos da trajetória de Ruth Cardoso  Após receber alta do Sírio Libanês, Ruth foi internada no Hospital do Rim e Hipertensão (ligado à Unifesp), em São Paulo, para passar por um cateterismo. No mesmo dia, foi liberada. Segundo o cardiologista Beltrame, o procedimento foi considerado "bem sucedido." "Ela tinha problemas coronarianos havia mais de seis anos e hoje [terça-feira] teve uma morte súbita", afirmou. "O cateterismo foi normal. Os médicos estavam contentes com o resultado, mas a Medicina não é onipotente." Ruth sofria de angina e vinha sentindo dores no peito. Segundo colaboradores próximos, Ruth Cardoso voltou do hospital em ótimo estado. Estava bem disposta e alegre. "Estávamos combinando mandar umas flores de boas-vindas para ela amanhã [quarta]", disse uma amiga. Os colaboradores da ex-primeira-dama ficaram perplexos. Por causa da internação de Ruth, FHC não compareceu no último domingo à Convenção Municipal do PSDB em que o partido definiu apoio à candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin a prefeito da capital paulista, contra a adesão ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), candidato a permanecer no cargo. O PSDB informa, em nota, que as comemorações dos 20 anos de criação do partido, que aconteceriam nesta quarta-feira, no Senado, foram canceladas em sinal de luto. Ruth Cardoso Ruth Corrêa Leite Cardoso nasceu em Araraquara em 19 de setembro de 1930, era antropóloga e foi professora da Universidade de São Paulo (USP), assim como FHC. Deu aulas também em universidades no exterior como a Maison des Sciences de L'Homme (Paris), Universidade de Berkeley (Califórnia) e Universidade de Columbia (Nova York). Foi pesquisadora e conheceu o marido na USP, com quem era casada desde 1953. Teve três filhos. Era membro da equipe de pesquisadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap - São Paulo). Publicou vários livros e trabalhos sobre imigração , movimentos sociais, juventude, meios de comunicação de massa, violência, cidadania e trabalho. Durante o mandato de FHC, fundou e presidiu o Comunidade Solidária. Também atuou em ONGs, como a Alfabetização Solidária (AlfaSol). Ruth Cardoso marcou sua passagem como uma primeira-dama com agenda própria. Com o programa Comunidade Solidária, implementou redes sociais de longo alcance no País, aplicando o conceito de desenvolvimento local sustentável. A estratégia dos programas de Ruth Cardoso se baseia na identificação das vocações naturais e potencialidades nas comunidades carentes. Com isso, as próprias comunidades são estimuladas a criar e manter programas de geração de riqueza e renda. O programa original, Comunidade Solidária, foi transformado numa rede de organizações não governamentais voltadas para a criação de oportunidades para populações carentes. Sob o guarda-chuva da ONG Comunitas, as ações são executadas pelo Alfabetização Solidária e Universidade Solidária. (com Agência Estado e Roberto Almeida, de O Estado de S. Paulo)

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