PUBLICIDADE

Lula: governantes têm de conhecer povo para ganhar voto

PUBLICIDADE

Por Anne Warth
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que as sucessivas derrotas que sofreu nas eleições presidenciais de 1989, 1994 e 1998 ensinaram a ele que os governantes precisam conhecer o povo para ganhar sua confiança e seu voto. "O grande problema dos governantes desse País é que nunca se dispuseram a conhecer o povo." Na cerimônia de inauguração do campus de Sorocaba (SP), da Universidade Federal de São Carlos, Lula afirmou que preferiu realizar a Caravana da Cidadania no ano de 1993, em vez de ler o livro "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda. "Achei que era melhor botar o pé na estrada desse País."Lula citou que, em uma das viagens que fez, visitou uma favela e conheceu uma senhora que contou que jamais votaria nele porque achava que Lula iria tirar tudo o que ela tinha. "Eu perdi três eleições e muita vezes voltava para casa deprimido porque sentia que a parte mais pobre da população não votava em mim. Justamente a parte que eu queria mais ajudar", recordou. De acordo com o presidente, foi sua mulher Marisa Letícia que o fez perceber que uma casa de três por três poderia não representar nada para Lula, mas tudo para aquela mulher. "Ali, eu aprendi que a gente tem de convencer as pessoas a acreditar nelas próprias e que era normal que as pessoas que não tinham, tivessem dúvidas. Se as pessoas não acreditavam nelas, como é que iriam acreditar em alguém igual a elas."Ao falar sobre a atitude de políticos em campanhas eleitorais, Lula disse que é comum que os candidatos viajem pelo País de avião sem ter qualquer contato mais próximo com a população. "Às vezes, eles não sabem nem o nome do candidato que está apoiando e que está no mesmo palanque." EducaçãoAo falar sobre as conquistas do governo na área de educação, Lula afirmou que as universidades federais chegarão a 134 cidades brasileiras até 2012. "Estamos colhendo aquilo que plantamos", disse."Eu tinha obrigação de acertar."Durante o discurso, Lula cometeu um ato falho ao se referir ao ministro da Educação, Fernando Haddad, que inaugurava simultaneamente o campus de Curitibanos, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - solenidade que era transmitida para Sorocaba por meio de um telão. Ao se dirigir a Haddad, Lula o tratou como Fernando Henrique Cardoso, o que causou risos entre todos nas duas solenidades. O presidente não se abalou, corrigiu o nome e seguiu com seu discurso.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.