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Lula garante demarcação de reserva Serra do Sol, dizem líderes

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Por Redação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu nesta sexta-feira em encontro com lideranças indígenas que vai manter a demarcação de forma contínua da reserva Raposa Serra do Sol, localizada em Roraima. Lula também afirmou que o governo vai procurar sensibilizar o Supremo Tribunal Federal, que determinou a suspensão de operação da Polícia Federal para retirada dos não-índios, a maioria produtores de arroz, da reserva. "A reserva vai continuar com toda a certeza, com toda a segurança. Ele (Lula) quer inclusive conversar com ministros do Supremo para sensibilizá-los a mudar de opinião", disse Marcos Aporinan, vice-presidente da Coordenação das Organizações Indígenas Brasileiras, após o encontro realizado no Palácio do Planalto. O presidente indicou ministros para formar uma comissão que vai, junto com os líderes do movimento indígena, conversar a partir da semana que vem com integrantes do Supremo Tribunal Federal. O STF ainda vai decidir sobre a demarcação da reserva, se ela deve ser contínua ou dividida. Assessores do presidente também confirmaram que ele manifestou disposição de conversar diretamente com os juízes do STF, informou a Radiobrás. O líder indígena reagiu ainda a declarações do general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, para quem a política indígena é "caótica" e " lamentável". O general afirmou em um seminário na quarta-feira, no Rio de Janeiro, que a demarcação contínua de terras indígenas na região de fronteira é uma ameaça à soberania nacional. "Nós não somos empecilho para o Brasil, somos defensores da fronteira", disse Aporinan. O presidente Lula já cobrou explicações do general Heleno, por intermédio do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e do comandante do Exército, general Enzo Peri. Na reunião com as lideranças, no entanto, o presidente não criticou o general. "Pelo que eu senti, o presidente está com firmeza, não abre mão da reserva que já foi homologada. Ele falou que vai continuar retirando os arrozeiros", disse o cacique Jaci José de Souza Macuxi. As lideranças informaram que vão permanecer em Brasília e pretendem ir ao STF na próxima semana. (Texto de Carmen Munari; Edição de Maria Pia Palermo)

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