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Lula foi cogitado para suceder Itamar, revela FHC

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso fez ontem algumas revelações que surpreendem pelo seu teor, como a que, na eleição presidencial de 1994, os tucanos chegaram a cogitar de lançar Luiz Inácio Lula da Silva para suceder Itamar Franco, com a condição de que mantivesse FHC no Ministério da Fazenda para que o Plano Real se consolidasse. Como o PT era radicalmente contrário ao plano, passou-se a pensar no nome de Antonio Britto, ex-ministro da Previdência de Itamar e que acabou se elegendo governador do Rio Grande do Sul, pelo PMDB. A entrevista, com uma hora e meia de duração, foi concedida ao jornalista Luís Nassif na estréia do Programa Econômico, da TV Cultura. Na edição de ontem, foram apresentados trechos selecionados pelo entrevistador, que continuará a fazê-lo nas próximas edições. A sucessão de Itamar "Eu relutei muito em ser candidato", disse Fernando Henrique. "Relutei, porque eu achava que era melhor ter um candidato que pudesse ganhar a eleição. E eu, ficando como ministro da Fazenda, terminaria o plano. Tentamos o Britto e, cogitou-se, antes, até do Lula. O Tasso (Jereissati) teve conversas (neste sentido). Mas o pessoal do PT nunca aceitou o Plano Real. Eles não acreditavam, dizendo que era um logro para o trabalhador, uma espoliação do trabalhador." A campanha de Serra "O ponto de partida da campanha do Serra foi de que era preciso não haver uma identificação entre sua candidatura e o governo. Não porque ele temesse dizer que era do governo. Ele podia não dizer. Mas porque as opiniões e as pesquisas mostravam que o eleitorado estava procurando alguém que encarnasse um futuro (diferente). Foi o marketing (que imperou), as pesquisas e tudo o mais. Essa era a razão. E que cabia ao governo governar. Eu fiz isso. Eu governei, (mas) nunca escondi meu apoio irrestrito ao Serra e ao PSDB. Mas eu acho que fiz uma coisa que era preciso fazer no Brasil: máquina, não. Ouvimos tanto se falar de fisiologia (no passado), mas (comigo) nunca se falou; nunca houve uso da máquina."

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