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Lula faz mea-culpa e reprova indicação de político derrotado para embaixadas

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Por Tania Monteiro
Atualização:

Em discurso de improviso na cerimônia de formatura de cem novos diplomatas no Palácio do Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um mea-culpa ao ressaltar a importância da valorização da carreira de diplomata, ao condenar a prática adotada por vários governos, inclusive o dele, de nomear políticos derrotados para embaixadas. "Não é possível que a gente não leve em conta o tempo de carreira de um embaixador que leva 40 anos para chegar lá e quando entra o novo governo, coloca um político derrotado no lugar do embaixador", afirmou Lula. "Foi uma lição que tive do primeiro para o segundo mandato", reconhecendo ele, ao acrescentar que "não tem coisa mais importante para valorizar a carreira (do diplomata) do que garantir a fluidez dela". Lula se referia a nomeações como a de Itamar Franco (PMDB) para a Embaixada da Itália, de Tilden Santiago (na época no PT) para a Embaixada da Cuba e de Paes de Andrade (PMDB) para a Embaixada de Portugal. Na cerimônia, em Brasília, ele defendeu ainda a abertura de mais vagas para a diplomacia, lembrando que o presidente da República que vier a partir de 2010, com a dinâmica da política internacional brasileira, saberá que é preciso contratar mais gente. Em tom de brincadeira, ele comentou que no Brasil não será preciso chegar aos 14 mil diplomatas que existem nos Estados Unidos. De acordo com o presidente, os diplomatas terão no futuro muito mais trabalho para fazer valer as posições do Brasil no mundo afora. "Não pensem que foi fácil recuperar o Mercosul, que foi fácil derrotar a ideia da Alca que os Estados Unidos queriam impor ao Brasil na década de 90, que foi fácil construir a Unasul ou outras coisas", prosseguiu ele, citando, em seguida, as dificuldades para costurar a ampliação do G-8 para o G-20, como fórum de negociações onde todos os países emergentes participam das decisões e não comparecem às reuniões como mero expectadores.

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