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Lula fará apelo por trégua nas disputas internas

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Por Redação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai tentar erguer o moral da tropa petista, abalada pelo julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a denúncia do mensalão, apelando para a unidade do partido. Na abertura do 3.º Congresso do PT, hoje à noite, ele pedirá que o PT não alimente disputas internas que possam ser usadas pela oposição e, mais uma vez, defenderá o funcionamento das instituições como uma conquista a ser preservada na democracia. Lula fará um discurso sob medida para destacar a importância do partido e de seu governo no cenário político. Tudo para afastar o fantasma do mensalão do Centro de Convenções Imigrantes, palco do congresso. Ao lado de vários ministros, Lula também pregará a aproximação do PT com as forças de esquerda na coalizão governista. Não sem motivo: está contrariado com as estocadas de petistas na direção do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), potencial candidato à sua sucessão, em 2010. Na prática, quer reconstruir a aliança estratégica, hoje só no papel, e evitar que o chamado Bloco de Esquerda - formado por PSB, PC do B e PDT - tenha vôo próprio daqui a três anos. Em reunião com governadores e dirigentes petistas, na semana passada, o presidente pediu que a resolução a ser aprovada no encontro não defendesse a candidatura própria em 2010. Lula avalia que, embora seja improvável o PT não apresentar concorrente, a hora é de acenar para o diálogo com os aliados, principalmente PSB e PMDB. Até ontem à noite, porém, a maioria das tendências petistas estava disposta a enfrentar Lula e defender a bandeira da candidatura própria. Mas o tom da resolução sobre esse tópico ainda dividia as correntes: o ex-Campo Majoritário queria apenas citar o assunto, sob o argumento de que era preciso cuidado para não antecipar a sucessão presidencial; a Articulação de Esquerda defendia a inclusão do tema, com todas as letras, para começar a preparar o partido e impedir a volta do "conservadorismo neoliberal". Diante de uma platéia na qual as direções do PSB e do PC do B são convidadas especiais, Lula pretende reafirmar que o PT e a esquerda criaram as condições para o País entrar num ciclo de crescimento sustentável, exaltando o que entende como conquistas de seu governo. Mencionará os desafios para o próximo período e reforçará a necessidade da união de forças. Seu objetivo é mandar um recado: se o PT se dividir e não salvar o casamento com quem hoje vive às turras, pode pôr tudo a perder num futuro não muito distante.

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