Lula evoca Celso Furtado e condena conservadores por pobreza

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Por Redação
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Ao condenar mais uma vez a tentativa da oposição de impedir novos programas sociais do governo, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou o conservadorismo que no seu entender perpetua a pobreza no país. Em discurso na abertura do Fórum dos Governadores do Nordeste, nesta sexta-feira, em Sergipe, e divulgado pelo Planalto, Lula defendeu a implantação do programa Territórios da Cidadania, contestado pela oposição na Justiça, afirmando ser "obrigação republicana" do Estado combater os focos de pobreza. "Chega a ser trágico que em nome de uma suposta salvaguarda eleitoral, alguns conservadores defendam a manutenção de 24 milhões de brasileiros e brasileiras na soleira da porta, do lado de fora do país", disse Lula, em referência direta à ação da oposição que questiona a legalidade do programa por seu lançamento em ano eleitoral. Lula citou o economista Celso Furtado, um dos criadores da Sudene, morto em 2004, lembrando sua recusa em aceitar o subdesenvolvimento como etapa do processo econômico brasileiro. "A verdade é que essa resistência conservadora é inútil, porque estamos diante de uma mobilização para o desenvolvimento regional que só encontra paralelo no esforço de renovação dos anos 50 e 60, quando o saudoso economista e companheiro Celso Furtado concebeu e comandou a implantação da Sudene", disse Lula aos governadores da região. Segundo Lula, "a hora, a circunstância e a oportunidade" conferiram a sua geração a responsabilidade de "dar o passo seguinte da história" imaginada por Furtado. Lula elogiou a coordenação dos governadores do Nordeste, dizendo que sem ela não se alcança o desenvolvimento, e responsabilizou o governo anterior por desrespeitar o consenso federativo. "A alternativa à cooperação é o jogo suicida do cada um por si. Uma lógica perversa instituída no país na década passada, quando se trocou o alicerce do planejamento e do consenso federativo pelo vale-tudo dos interesses unilaterais." Para Lula, o maior exemplo dessa desarticulação foi a guerra fiscal, com a qual todo o país perdeu. (Texto de Mair Pena Neto, Edição de Alexandre Caverni)

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