PUBLICIDADE

Lula espera reforma do Conselho de Segurança em 2009

Por Angela Lacerda
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que está otimista quanto à reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ainda este ano. A reforma é reivindicada há 15 anos pelo País. "Estou convencido que a reforma no Conselho de Segurança da ONU está como fruta madura, está passando do ponto, daqui a pouco cai", disse ele, ao considerar que o órgão está superado. Ele fez a avaliação ao comentar o retorno do Brasil ao Conselho de Segurança, embora sem poder de veto e sem cadeira permanente. "Se a ONU quiser voltar a ter representatividade, tomar decisões e ter essas decisões executadas, ela tem que ser reformada e colocar outros países", observou em entrevista em Floresta, a 439 quilômetros do Recife, onde vistoriou canteiro de obras da transposição do Rio São Francisco. "A ONU de 1948 não representa a correlação de forças existente no mundo hoje, nem geograficamente, nem politicamente, nem economicamente". Nova ordem mundialLula acredita ser preciso que se leve em conta a participação dos países dos vários continentes: "A África pode ter um, dois ou três países representados; a América Latina pode ter um, pode ter dois; não tem como explicar o Japão estar fora, a Alemanha estar fora, não tem como explicar a índia estar fora".O presidente frisou que a questão do Oriente Médio "não pode ser uma coisa particular dos Estados Unidos". Quem deveria estar negociando a paz entre judeus e palestinos era a ONU, mas, segundo ele, não o faz porque não tem força. Também exemplificou a fragilidade do organismo ao citar o caso de Honduras. "A OEA (Organização dos Estados Americanos) fez reuniões, tomou decisões e simplesmente o golpista (o presidente de facto Roberto Micheletti) não atendeu a nada", afirmou. "Se a ONU tivesse maior representatividade política, decidia, cada país cumpria e as coisas aconteciam", concluiu.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.