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Lula entra na briga de Dirceu com o PSDB e repreende ministro

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de reacender a crise política no Congresso ao criticar o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e os principais governadores tucanos, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, foi duramente repreendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Siva. Enquadrado, recuou e divulgou uma nota, na qual pede desculpas aos governadores. Não disse, porém, nenhuma palavra sobre as estocadas na direção de Tasso, publicadas pelo jornal O Globo. A nota só foi produzida depois da conversa entre Lula e Dirceu durante o vôo para o Rio. O ministro não fazia parte da comitiva nessa viagem, mas o presidente o convocou. Ciente da repercussão negativa causada pela metralhadora giratória de Dirceu, Lula cobrou uma retratação no mesmo dia. Alegou não poder admitir que o governo promovesse um esforço de aproximação com o PSDB, especialmente com o governador de Minas, Aécio Neves, enquanto o chefe da Casa Civil fazia desabafos públicos em outra direção. Não foi a única bronca do dia. Ainda pela manhã, Lula deixou clara sua contrariedade. ?Ele chamou a atenção do ministro antes do almoço?, contou um assessor do Planalto. ?Dirceu deu um tiro no pé.? A reação dos tucanos não tardou. Da tribuna, Tasso afirmou estar surpreendido com as declarações de Dirceu e revidou no mesmo tom. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, insinuou que Dirceu ficara com ciúme dos elogios de Tasso ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho. ?O plano macabro de Dirceu era jogar a crise para a economia?, discursou. A bancada do PSDB na Câmara também reagiu e soltou nota de repúdio contra as declarações de Dirceu. Na conversa publicada, o ministro também destacou que ?não existe essa coisa? de aproximação do governo com o PSDB, partido sobre o qual disse não ter ilusão nenhuma. Na segunda-feira, durante jantar oferecido aos líderes do PSDB e do PFL, em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recomendou uma espécie de ?oposição light? ao governo e disse estar preocupado com os rumos da administração Lula. Para o ex-presidente, cobranças são necessárias, mas a oposição não deve fazer um discurso desestabilizador. Antes da nota de Dirceu, o governador Aécio reagiu e chamou o chefe da Casa Civil de ?inábil?. ?Ele não não poderia tratar o pragmatismo de forma preconceituosa. Ao contrário, deveria agradecer a posição de responsabilidade que a oposição tem demonstrado para garantir a governabilidade do País?, insistiu. Alckmin, por sua vez, tentou pôr panos quentes na polêmica. ?Dirceu não estava num bom momento quando fez essas declarações. Essa polêmica é estéril e não ajuda o Brasil?, concluiu.

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