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Lula encontrará Temer para definir outra pasta para o PMDB

Partido quer equilíbrio entre as bancadas da Câmara e do Senado: dois ministérios para cada. Para fechar a questão, reunião está marcada para quarta-feira

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve definir nesta quarta-feira, 14, o segundo ministério reivindicado pelo PMDB. Lula marcou uma conversa com o presidente reeleito do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e o líder peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para fechar a negociação. A preferência da bancada do partido na Câmara, agora, é pelo Ministério da Agricultura. Entre os nomes cotados para comandar a pasta estão Eunício Oliveira (CE), Fernando Diniz (MG), Waldemir Moka e Odílio Balbinotti (PR), que é o maior produtor individual de semente de soja no Brasil. Um dirigente nacional do PMDB informa que Temer e Henrique Alves terão uma reunião prévia, ainda nesta segunda, com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Neste encontro, o ministro será avisado de que é "enorme e crescente" a pressão da bancada para que o partido recuse a pasta da Integração Nacional, já ofertada ao deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), caso o Palácio do Planalto limite a cota do PMDB a apenas um ministério. Sem chantagem Os deputados não se conformam de ver a bancada do Senado com dois ministérios (Comunicações e Minas e Energia) e reclamam de que os senadores estariam a caminho de emplacar o terceiro ministro, com a indicação do médico José Gomes Temporão para a Saúde. Afinal, diz um deputado influente na bancada, foi o senador e governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), quem indicou Temporão. Setores da bancada já cogitam, em último caso, reivindicar a "redivisão" da cota partidária. Dizem que aceitariam receber de volta o ministério das Comunicações, hoje comandado pelo senador Hélio Costa (MG). O dirigente peemedebista explica, no entanto, que não haverá chantagem por parte da bancada federal, seja qual for a decisão do Planalto. "O que há é a avaliação de que é melhor ficar em uma posição de independência em relação ao governo, a ter apenas um ministério, que não atenderá à demanda dos deputados", explica o parlamentar que acompanha cada lance da negociação com o Planalto. Argumentos Cauteloso, o líder Henrique Alves tem repetido a tese de que ficar apenas com a Integração "é mais problema que solução". Ele argumenta que este ministério tem atuação muito regionalizada, voltada para o Nordeste, e que o restante da bancada precisa ser contemplado. "Não queremos tomar espaço de ninguém, nem disputar com outros partidos da coalizão, mas o fato é que as bancadas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste também têm demandas", argumenta o líder em defesa da bancada. Nas reuniões internas, os peemedebistas têm lembrado que, em bloco com o PSC, a bancada soma 98 deputados. Dizem que, sozinhos, equivalem a três PPs, três PSCs, mais de dois PRs e quatro PDTs. E lembram que todos estes partidos têm um ministério. "Eu fico com a palavra do presidente Lula, que disse a mim e a Michel que promoveria o equilíbrio entre as bancadas da Câmara e do Senado", insiste Henrique Alves, ao concluir: "Para bom entendedor, isto significa 2 a 2 ministérios para cada bancada". A audiência com o presidente foi marcada pelo próprio Lula, em telefonema dado a Temer, para cumprimentá-lo pela vitória expressiva obtida na véspera (último domingo), na convenção nacional do partido.

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