05 de novembro de 2010 | 14h49
Lula lembrou das relações do Brasil conquistadas com a Argentina, com a Bolívia (no episódio do gás), com o Paraguai (na discussão sobre Itaipu) e a com Venezuela. E destacou o empenho do seu governo nas relações comerciais com a África. O presidente lembrou das críticas que recebeu ao visitar os países africanos e fez graça ao afirmar que nos governos anteriores a preferência era pela França.
Lula disse também que foi o único presidente que rompeu com a prática de indicação de políticos derrotados, em vez de profissionais formados, em eleições para cargos de embaixador. "Muita gente que foi presidente antes de mim deve estar com a coceirinha na cabeça e perguntado porque ele fez e eu não fiz", provocou, esquecendo que, no início de seu governo, nomeou políticos para embaixadas, como Tilden Santiago, para Cuba, e o próprio ex-presidente da República Itamar Franco para as embaixadas de Portugal e Itália.
Ao parabenizar os novos formandos, Lula comentou a eleição da primeira mulher que assumirá o governo em 1.º de janeiro. Segundo ele, a presidente eleita, Dilma Rousseff, representa a geração de 1968, que chegou ao poder pela via democrática e que aos 20 anos "ousou lutar pela liberdade democrática".
"Hoje o mundo está curioso em saber o que é o Brasil do pré-sal, do presidente metalúrgico que termina o governo com 83% de popularidade e que elegeu uma mulher que até há pouco ninguém conhecia", disse. "O Brasil hoje é citado não pelos defeitos, mas pelas virtudes", completou. Ele fez elogios ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "Vai ser difícil a imprensa brasileira reconhecer que Amorim foi o mais importante ministro das Relações Exteriores."
"O Brasil tem reservado no século 21 um papel de destaque na política mundial. Nós não jogaremos fora a chance deste País, que foi jogada fora no século 20. O Brasil será uma das grandes potências do mundo para fazer tudo aquilo que os outros não fizeram. Não queremos ser uma potência para ser igual e fazer as mesmices, repetir as guerras, as agressões. Queremos ser uma potência para provar que é possível criar um mundo diferente do que temos hoje", concluiu.
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