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Lula e Serra: verba para Rodoanel

Tucano conseguiu liberação de R$ 300 mi para antecipar inauguração da obra, vitrine de sua gestão e do PAC

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Por Vannildo Mendes , Leonardo Goy e BRASÍLIA
Atualização:

Pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial e líder em todas as pesquisas de intenção de voto, o governador de São Paulo, José Serra, arrancou ontem do governo uma antecipação de R$ 300 milhões para tentar concluir antes do tempo previsto uma das obras que é a vitrine da sua gestão, os 61 quilômetros do trecho sul do Rodoanel, que liga Embu a Mauá. O trecho está orçado em R$ 4,8 bilhões - desse total, R$ 1,2 bilhão é investimento do Orçamento da União. A obra também faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tocado pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a mais provável adversária de Serra na disputa, em 2010, pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No último balanço do PAC, na semana passada, a obra apareceu no relatório com o "selo verde" (andamento adequado) e conclusão prevista para 1º de dezembro deste ano. Depois de uma audiência com Lula, que durou mais de uma hora, Serra deixou o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), sede provisória do Executivo federal, com a antecipação dos R$ 300 milhões e a promessa de inaugurar a obra antes do prazo oficial. "O presidente concordou com essa ideia da antecipação e o ministro dos Transportes (Alfredo Nascimento) também", disse ele. TRÂNSITO O trecho sul do Rodoanel, afirmou Serra, vai livrar o perímetro urbano da capital do tráfego pesado de caminhões vindos do interior em direção ao litoral. "Hoje, um caminhão que vem de Piracicaba ou Campinas passa dentro de São Paulo." Ele definiu o Rodoanel como a maior obra viária em execução no País. "Antecipá-la tem um grande significado, inclusive por causa do emprego." Apesar da vantagem nas pesquisas, Serra recusou-se a assumir a candidatura. Em entrevista no CCBB, após a audiência com Lula, ele disse estar satisfeito com a avaliação positiva do seu nome, mas considerou o debate prematuro. "Não cabe comentar se diante das pesquisas a candidatura é irreversível ou não porque ela não existe." CRISE ECONÔMICA O governador contou que apresentou ao presidente um balanço das ações de combate à crise econômica que tem adotado em São Paulo, como incentivos tributários, eliminação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para empresas de bens de capital e outras medidas que representaram renúncia fiscal de R$ 350 milhões. Essas ações, afirmou, "servem para alavancar o desenvolvimento de São Paulo e criar empregos". O governador não poupou críticas ao governo quando o assunto foi a reforma tributária, prevista em projeto de lei em tramitação no Congresso. "Espero que o Congresso não aprove, porque esse projeto que está lá é um horror, é uma das coisas mais horrorosas que eu já vi na minha vida pública", declarou. Para o governador paulista, o projeto do governo é uma colcha de retalhos: "É o Frankenstein do Frankenstein." Essa proposta, acrescentou, "pega o sistema tributário e piora tudo que ele tem de pior, parece cientificamente feito para isso".

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