Lula e Sarkozy defendem mudança no CS da ONU

Por AE
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Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Nicolas Sarkozy, defenderam, em artigo assinado por ambos e publicado hoje no "International Herald Tribune", edição internacional do "The New York Times", a importância do multilateralismo e pediram uma reforma da governança global e do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU). No texto intitulado "Aliança para a mudança", os presidentes afirmam que "a estrutura de paz e segurança coletivas também requer adaptações significativas"."Uma reforma ampla do Conselho de Segurança da ONU tem de ser implementada, com o objetivo de salvaguardar uma ordem internacional mais equilibrada e inclusiva. Para garantir a eficácia do Conselho, ele precisa refletir as realidades atuais, incluindo um papel maior para importantes países em desenvolvimento de todas as regiões, como Brasil e Índia, uma representação mais justa da África e de grandes contribuintes para o sistema da ONU, como Japão e Alemanha", consta no artigo. O texto toca ainda na questão ambiental, ao dizer que "um acordo de longo alcance é necessário em Copenhague em dezembro próximo para que se atinja nosso objetivo comum de evitar uma mudança climática séria e limitar a dois graus Celsius o aumento da temperatura global". Os presidentes se referiam ao encontro da ONU sobre mudanças climáticas, que ocorrerá na capital da Dinamarca no início de dezembro. Eles também afirmaram que a conclusão da Rodada Doha de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma "tarefa urgente"."Brasil e França querem oferecer ao mundo sua visão compartilhada de um novo multilateralismo adaptado para nosso mundo multipolar", afirmam Sarkozy e Lula no artigo. "Junto com outros líderes, nós precisamos forjar uma ''Aliança para a mudança'' com o objetivo de promover essa visão de uma ordem mundial mais democrática, fundada em maior solidariedade e justiça. É isso que os cidadãos do mundo esperam de nós. Esse é o único caminho para superar os desafios apresentados por nosso século", conclui.

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