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"Lula é lobo em pele de cordeiro"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Renan Proença, disse nesta terça-feira que não confia na mudança de discurso e programa do PT para as eleições de 2002. Para o empresário gaúcho, a tentativa do PT de se mostrar aceitável é uma "armação", e o petista Luiz Inácio Lula da Silva "não deixa de ser um lobo, só que travestido com dois ou três pelegos, para assemelhar-se a um cordeiro". "Não acredito em Lula light, porque quem prega o modelo cubano não merece a minha confiança" afirmou Proença. Ele criticou os empresários que estariam sendo enganados pela tese da domesticação do principal partido de esquerda do País. De acordo com o presidente da Fiergs, Lula está apenas jogando para a torcida. Proença elogiou o deputado Aloizio Mercadante (PT-SP), que coordenou a elaboração de uma proposta de programa econômico alternativo, mas considera o pensamento do economista minoritário no PT. "Existe uma tendência revolucionária muito forte no partido", disse o empresário. Apesar de sua desconfiança com o PT, o presidente da Fiergs não vislumbra um cenário em que os empresários brasileiros deixam o País no caso da vitória de Lula, como chegou a sugerir em 1989 o então presidente da Fiesp, Mário Amato. No Rio Grande do Sul, Proença diz manter uma "conversa civilizada, mas distante ideologicamente" com o governo Olívio Dutra (PT). Com posição diversa a da Fiergs, o presidente da Federação das Associações Empresariais do RS (Federasul), Humberto Ruga, não vê risco algum numa eventual vitória de Lula. "Não acredito que ele seja candidato porque é um cavalo perdedor, mas não estou realmente preocupado. Se ele ganhar, não vai poder sair da economia de mercado", disse o empresário, que representa principalmente o setor de serviço e comercial. "Não vejo o PT como bicho-papão. O PT está ficando cor-de-rosa. Eles não são burros de não ver que o mundo está mudando." Apesar de identificar mudanças no PT, Ruga opina que o mais importante atualmente é mudar a classe política brasileira e as distorções na representação do Congresso. "O maior problema do País é a falta de reforma política. Seja quem for o presidente da República, será refém do Congresso se o sistema político não mudar", afirmou.

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