Lula e a imprensa: ''''Preferiria investir na Etiópia''''

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Por Vera Rosa
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Em animada reunião na noite de terça-feira com as bancadas do PDT na Câmara e no Senado, o presidente Lula amenizou a disputa política na base aliada e disse ter certeza de que os partidos da coalizão terão só um candidato à sua sucessão, em 2010. Na tentativa de aplacar a ciumeira em relação ao PMDB, parceiro preferencial, Lula renovou o compromisso de tratar todos os partidos da base em pé de igualdade. Queria, na prática, conter as insatisfações. "Garanto que os partidos aliados do governo disputarão a eleição de 2010 com um único candidato." Não disse, porém, quem apoiará. Argumentou, ainda, que não é boa tática lançar candidatura muito cedo, para não virar alvo fácil da oposição. Ao defender a necessidade de ampla reforma política para resgatar o caráter "nacional" das siglas, Lula citou o ex-chefe da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu e reclamou que o PT não o obedece mais. "Quando o PT era pequeno, a gente mandava, tinha controle, eu e o Zé Dirceu", contou, segundo quatro participantes do encontro. O presidente voltou a pregar união da base já nas eleições de 2008. "Em Campinas, por exemplo, não quero nem saber o nome do candidato a prefeito do PT. Lá, eu vou apoiar o Dr. Hélio", disse, referindo-se ao prefeito do PDT e candidato à reeleição. Lula lembrou também a amizade e as desavenças com Leonel Brizola, presidente do PDT que morreu em 2004. Mais uma vez, o presidente criticou a imprensa que, para ele, fala do Brasil como se estivesse em situação econômica catastrófica. "Se eu fosse estrangeiro, tivesse conhecimento do Brasil através da imprensa e 30 centavos no bolso, eu preferiria investir na Etiópia." A Walfrido Mares Guia (Relações Institucionais), cobrou cronograma para liberação das emendas parlamentares individuais. "Precisamos fazer isso para evitar que, nos momentos de crise, a imprensa diga que há um toma-lá-dá-cá."

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