Lula diz ver milagres em programas sociais

O presidente também afirmou que não é tão difícil governar quanto diziam os adversários

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Por Agencia Estado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva orou na tarde desta segunda-feira com cerca de 100 lideranças evangélicas no Palácio do Planalto, deu testemunho da presença de Deus na vida dele e no governo e disse ver milagres nos programas sociais. Em discurso de improviso, ele confidenciou que "o tempo é curto" e "gostaria de continuar trabalhando pelo Brasil", segundo pastores. "Estou na Presidência não apenas por força humana", afirmou. "Sou um homem de fé, vejo a mão de Deus nas nossas ações." Depois de ouvir a oração puxada pela ministra do Meio Ambiente, a evangélica Marina Silva, Lula não pediu apoio explícito aos pastores. Ele deixou claro, no entanto, que quer manter a parceria com as igrejas em projetos destinados aos pobres e que Deus tem "dado força para superar as dificuldades" políticas. Foram rasgados os elogios à própria atuação. "O Brasil não será o mesmo depois do nosso governo", disse. "Os adversários disseram que era muito difícil governar, mas acho que não é tão difícil como pintavam", completou. Lula ressaltou que tem compromisso de governar para os mais pobres. Ele voltou a citar os ex-presidentes Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954) e Juscelino Kubitschek (1956-1961) que teriam sofrido injustiças. No discurso, o presidente avaliou que Jânio Quadros (1961) errou politicamente ao pensar que, ao renunciar, voltaria nos braços do povo. "No poder tem muita pressão, as pessoas têm de ter paciência e resignação para suportar essas coisas todas e tocar o barco." No discurso, o presidente avaliou que, mesmo com a pressão, valeu a pena ser governo. Ele voltou a pedir comparações de números obtidos pelo governo atual com a gestão Fernando Henrique Cardoso, especialmente nas áreas de energia e educação. Agradeceu o apoio das igrejas a programas do governo. "A igreja católica e as igrejas evangélicas têm sido canais de atendimento e inclusão social de nossa população." Ao dar testemunho, o presidente católico lembrou as origens. "Saí de Garanhuns e cheguei à Presidência, só pode ter mesmo a mão de Deus", comentou. "Tenho um compromisso com os pobres, com a democracia, com a dignidade humana e a justiça social", acrescentou. "A igreja evangélica é um braço que ajuda o governo sem ganhar nada por isso."

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