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Lula diz que visitas a obras não são eleitorais

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cercado de candidatos aliados em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva justificou que as visitas a obras públicas na reta final das eleições são importantes para que as pessoas reconheçam as iniciativas do governo federal. Em discurso na área de construção de casas populares para ex-moradores de palafitas, Lula negou estar fazendo campanha para partidos da base e lembrou ter participado, semana passada, da entrega de prêmios de reconhecimento a 11 prefeitos, incluindo nomes do PFL e do PSDB. "Quando o governo federal vai investir recursos, não olha qual é o Estado, o governador ou o prefeito", disse. "Olhamos para onde há necessidade e se o projeto está bem feito e consistente." Em São Paulo, a prefeita Marta Suplicy disse que ela e o presidente estão ?em perfeita harmonia?, explicando que a presença de Lula em uma inauguração no sábado mostrou comprometimento do governo federal com a cidade. Em Recife, enquanto Lula discursava, oito candidatos às prefeituras da capital, da região metropolitana, da Zona da Mata, do Agreste e do Sertão se espremiam para sair nas fotos ao seu lado. O presidente não deixou de posar para nenhum "santinho". Em menos de três horas de visita à cidade, Lula entrou em um vagão parado do metrô da cidade, beijou dezenas de crianças, ajudou a assentar tijolos na construção de casas populares e visitou as obras do novo terminal de passageiros do Aeroporto dos Guararapes e em Brasília Teimosa. "O que me deixou mais emocionado não é o problema de construir uma casa, duas, isso qualquer um faz, não tem de ser um governo de centro, direita ou esquerda", disse. "Mas o fato de as mulheres superarem os homens na arte de assentar tijolos." Os candidatos à reeleição no Recife, João Paulo (PT), e em Olinda, Luciana Santos (PC do B), não saíram em nenhum momento de perto do presidente. Eles percorreram as novas instalações do aeroporto e gravaram imagens até na descida da escada rolante. A inauguração do terminal estava prevista para ontem, mas o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), argumentou ser "inconveniente" a entrega de uma obra ainda não concluída. Para evitar mal-estar, o governo federal tirou o caráter oficial de inauguração, informando que Lula iria apenas "vistoriar" a obra. Melhor para João Paulo, que não ficou impedido pela Lei Eleitoral de ir. Jarbas considerou que a visita de Lula tinha caráter eleitoral e decidiu não recebê-lo. O presidente da Infraero, Carlos Wilson, garantiu que o novo terminal está pronto e será entregue hoje. Palafitas Dias depois de tomar posse, Lula esteve em Brasília Teimosa acompanhado de todo o ministério. E prometeu retirar as palafitas. Foram gastos R$ 21 milhões - R$ 8 milhões do governo federal - na retirada dos moradores e na urbanização da orla. Ontem, foi recebido por 15 mil pessoas, segundo a Guarda Municipal. No deslocamento do aeroporto para a orla, um ônibus que servia à Presidência levou um grupo de jornalistas para o bairro do Cordeiro, um dos pontos do roteiro de Lula. O grupo acabou perdendo a passagem de Lula por Brasília Teimosa. Assessores do Planalto negaram qualquer "golpe" ou "seqüestro" contra os jornalistas. "O episódio foi apenas um problema de logística", disse um assessor. Depois, Lula vistoriou as obras de construção dos prédios para 430 famílias em Cordeiro. "A nossa vinda é uma dívida que eu tinha comigo mesmo." ?Estamos em perfeita harmonia?, festeja Marta A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), candidata à reeleição, saiu em defesa do presidente Lula e disse que sua participação na inauguração das obras de ampliação da Avenida Radial Leste, anteontem, foi mais uma demonstração de comprometimento do governo federal com a capital paulista e a "agonia" da população mais pobre. "Como tenho repetido, nós temos uma perfeita harmonia e sabemos exatamente onde temos de investir; e é para o povo mais pobre dessa cidade, com o qual compartilhamos a agonia", afirmou Marta. Depois de Lula, a campanha da petista recebe hoje mais um reforço do governo federal. Desta vez, Marta terá em seu palanque o ministro da Educação, Tarso Genro, que desembarca em São Paulo para fazer, ao lado da prefeita, uma vistoria às obras da Faculdade de Saúde Pública, na zona Leste. Essa será a primeira vez que o ministro participará da campanha de Marta. A recomendação do Planalto é que todos os ministros tentem, na medida do possível, marcar presença no palanque do PT na capital paulista. Ontem, Marta agradeceu os elogios feitos por Lula na festa de inauguração da Radial Leste. "Gostei bastante. Sei que as palavras dele foram do coração", disse. Ela, porém, recusou-se a comentar as críticas do candidato do PSDB, José Serra, sobre a ausência de representantes do governo do Estado na festa. Segundo o tucano, o governo estadual cedeu o terreno para a construção da avenida e deveria ter sido convidado para o evento. "Não tenho nenhum comentário sobre isso", respondeu. Marta não poupou ataques, no entanto, ao governo de Fernando Henrique Cardoso. "Na gestão anterior, não tínhamos parceira com o governo federal e não veio um tostão para a cidade", atacou, repetindo o discurso das últimas semanas. Para ressaltar a importância da parceria agora com Lula, citou algumas obras em andamento, como a construção do Hospital Cidade Tiradentes, também na zona Leste, e a Faculdade de Saúde Pública. "Ter tido o apoio do presidente Lula possibilitou a inauguração da Radial Leste, assim como o início das obras do hospital e da faculdade, que serão entregues no ano que vem." Carnaval Em um encontro de campanha, ontem, com dirigentes das escolas de samba de São Paulo, Marta prometeu antecipar para outubro a liberação de recursos para o Carnaval 2005. No ano passado, o repasse foi feito em novembro. A boa notícia foi aplaudida de pé pelos cerca de 50 sambistas presentes no ato em apoio à candidata. Em seu discurso, Marta não falou em cifras. No ano passado, foram liberados cerca de R$ 18 milhões para as escolas. O valor para este ano não foi divulgado.

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