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Lula diz que seu governo só poderá ser comparado ao de Vargas

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Por RICARDO AMARAL
Atualização:

Na reunião ministerial desta quarta-feira na Granja do Torto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, em termos de avanço do país, seu governo só poderá ser comparada ao período do ex-presidente Getúlio Vargas, que governou duas vezes o Brasil, de 1930 a 1945 (metade sob ditadura) e de 1951 a 1954. "O legado do meu governo será a consolidação das políticas sociais. As realizações sociais, econômicas e políticas desse governo só serão comparáveis com o governo Vargas", disse Lula na reunião, segundo relato do ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Em uma entrevista coletiva após a reunião ministerial, que durou cerca de oito horas, incluindo o almoço da equipe com o presidente, Franklin Martins disse que Lula considera o país "institucionalmente sólido", o que estaria contribuindo para enfrentar a atual turbulência dos mercados. "As instituições funcionam plenamente, a imprensa é livre para falar o que quer, as decisões políticas são sólidas, porque são fruto de um debate maduro", disse o ministro aos jornalistas. Na reunião, Lula recomendou aos ministros e parlamentares da base governistas que estudem a "agenda social" do governo, com metas para melhorar o desempenho do segundo mandato em relação ao primeiro. Disse também que a agenda deve ser "o livro de cabeceira" dos aliados. DESEMPENHO ECONÔMICO "Temos um processo de desenvolvimento sustentado do ponto de vista econômico, político e social. Em outras épocas isso não ocorria", acrescentou Franklin Martins. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentou dados sobre a evolução do consumo interno e de aumento da oferta de crédito à pessoa física, para argumentar que o país está "em uma nova dinâmica de crescimento", que seria menos vulnerável a turbulências, como as que vêm atingindo os mercados financeiros internacionais. "Criamos um círculo virtuosos da produção. O mercado interno cresce à base de 13 por cento ao ano, este foi o aumento do consumo no país", disse Mantega. Mesmo traçando um cenário otimista, o ministro da Fazenda admitiu que pode haver "uma pequena redução do comércio exterior" com conseqûencias para a economia. "O Brasil passará por essa turbulência, que pode durar alguns meses, sem ser afetado. Na pior das hipóteses, poderemos ter uma pequena redução do crescimento da economia em 2008", disse Mantega. O ministro da Fazenda voltou a mostrar confiança em uma redução do déficit nominal a zero nos próximos dois anos e corrigiu duas previsões de gastos públicos anunciadas oficialmente esta semana. Primeiro, negou que a proposta de Orçamento da União para 2008 que será enviada ao Congresso na sexta contenha um aumento de 4,7 bilhão de reais em programas sociais, como havia sido informado pela Secretaria de Imprensa da Presidência. O número, que elevaria os gastos com alguns programas como o Bolsa-Família para 16,5 bilhões de reais seria apenas uma estimativa e sua execução dependeria de revisões do Orçamento por meio de aumento de receita e emendas de parlamentares. Depois, Mantega negou que o governo tenha tomado a decisão de liberar 2 bilhões de reais contingenciados no Orçamento de 2007 para gastos com Saúde, como havia sido informado na reunião do Conselho Político dos partidos aliados, na segunda-feira. "De concreto, estamos estudando", afirmou o ministro sobre a eventual liberação de recursos.

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