PUBLICIDADE

Lula diz que querem tornar Brasil 'patinho feio' dos alimentos

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma defesa do país na questão do biocombustível e disse que pessoas pretendem transformar o Brasil no "patinho feio" da crise dos alimentos. Em discurso na comemoração dos 35 anos da Embrapa, Lula disse que o Brasil passou a protagonista na produção de produtos agrícolas, o que incomoda outros participantes do setor, que agiriam "até com leviandade", segundo o presidente. "Em reuniões de organismos multilaterais, muitas vezes o Brasil é acusado de muita coisa, desde o desmatamento ao trabalho escravo... Agora, mais uma novidade, que é a falta de alimento por conta dos biocombustíveis", afirmou. O presidente constatou que existe uma crise de alimentos no mundo, com problemas de inflação pelo aumento de preços, mas isentou o Brasil de responsabilidade. "As pessoas começaram a dizer que o problema da crise do alimento se deve ao fato de que o Brasil produz muita cana e está produzindo o biodiesel e que, portanto, nós somos o patinho feio da história", disse Lula. Lula questionou que os críticos do modelo brasileiro de produção de biodiesel nunca criticaram o preço do petróleo, que está em 120 dólares. "Nunca reconheceram publicamente o quanto implica, no custo do alimento, o aumento do preço do petróleo... e tentam, com uma transferência muito simplista, fazer um debate (que) ganhamos economicamente, ganhamos tecnologicamente e vamos ganhar politicamente." Para Lula, por trás desse debate está "a manutenção da velha política dos países ricos" de subsídios agrícolas, que o Brasil percebe na Rodada de Doha com a dificuldade dos países pobres de entrar no mercado dos ricos. "O Brasil vive um momento de definições que vai exigir de nós muita disposição política de fazer a boa briga em defesa dos nossos interesses... Precisamos juntar a inteligência brasileira para estabelecer uma estratégia de atuação nesse mundo em que a agricultura passa a ter um peso extremamente importante", destacou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.