Lula classifica como ‘canalhice’ operação da Lava Jato que teve filho como alvo

De acordo com o ex-presidente, as supostas arbitrariedades prejudicam a credibilidade da Polícia Federal e MP

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Por Ricardo Galhardo e Nicholas Shores
Atualização:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “uma canalhice” a ação da Lava Jato que teve como alvo seu filho, a Operação Mapa da Mina, desencadeada nesta terça feira, 10.  Segundo o ex-presidente, a força tarefa de Curitiba resgatou um inquérito arquivado em 2010 com o objetivo de atingi-lo por meio de seu Filho, Fábio Luiz, cuja empresa Gamecorp é objeto da investigação.

“Hoje fizeram mais uma canalhice comigo. Hoje a Lava Jato, como eles estão caindo no descrédito da opinião pública, fizeram uma denúncia de um inquérito que tinha sido arquivado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em 2010”, disse o ex-presidente. 

O ex-presidente Lula na quadra Sindicato dos Bancários, em São Paulo, nesta terça-feira Foto: Sebastião Moreira/EFE

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A Operação Mapa da Mina tenta ligar a Gamecorp à compra do sítio de Atibaia, que rendeu a condenação mais dura de Lula até agora, mais de 17 anos de prisão. Segundo a Lava Jato, as empresas de Fábio Luiz eram abastecidas com dinheiro da Oi/Telemar. Parte deste dinheiro teria sido usada na compra do sítio de Atibaia.

O imóvel está em nome de Kalil Bittar e No as Suassuna, sócios do filho do ex-presidente.

Lula falou rapidamente em um ato de lançamento da segunda edição do livro A Verdade Vencerá, na quadra do Sindicato dos Bancários, em São Paulo. De acordo com ele, as supostas arbitrariedades a Lava Jato prejudicam a credibilidade de instituições como Polícia Federal e Ministério Público Federal. 

“Estão jogando no descrédito instituições poderosas no Brasil”, afirmou o petista. Com a voz rouca, o ex-presidente foi orientado a falar pouco e se poupar pra entrevistas que fará amanhã. “Preciso estar com a voz boa porque senão não serei capaz de convencer ninguém”, explicou.

Mesmo assim, Lula aproveitou o microfone para fazer ataques ao governo Jair Bolsonaro. “Esta gente que está aí, que eu considero gente do mal, não está lá para construir mas para destruir”, afirmou.

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No final, Lula decepcionou os apoiadores que enfrentaram a chuva, o trânsito caótico de São Paulo, ocuparam pouco mais da metade das cadeiras colocadas na quadra e foram para casa sem um autógrafo do ex-presidente.

Lula disse que vai aproveitar o final do ano para descansar mas deu um recado aos seus adversários.“Eles têm que saber que a partir de janeiro o Lula estará nas ruas outra vez”.

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