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Lula diz que não se faz 'mágica' na economia

Em palestra a empresários estrangeiros, ex-presidente defende política econômica das gestões petistas e diz que imprimiu credibilidade ao País: 'nunca fui comunista, fui torneiro mecânico'

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Por Elizabeth Lopes
Atualização:
Ex-presidente Lula fala a empresários estrangeiros em evento na capital paulista Foto: Felipe Rau/Estadão

São Paulo - A uma plateia formada por empresários estrangeiros, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta terça-feira, 24, a política econômica dos governos petistas e afirmou que não se faz "mágica" no sistema financeiro. Lula respondeu às críticas feitas pelos adversários do PT na disputa eleitoral e voltou a dizer que a inflação voltará ao centro da meta sem comprometer renda e emprego.

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"Não há mágica em política econômica, a palavra mágica é confiança, previsibilidade", afirmou o ex-presidente durante a palestra sobre os desafios do desenvolvimento brasileiro e o papel do setor privado em um evento da Câmara de Comércio França-Brasil e das Eurocâmaras, na capital paulista. Ao falar que conseguiu imprimir credibilidade e previsibilidade à economia, Lula brincou quando diziam que, se ele vencesse as eleições, iria fazer do Brasil um país comunista. "Eu nunca fui comunista, fui torneiro mecânico".

Lula disse ainda que a gestão do PT conseguiu dar confiança e previsibilidade ao País e destacou que o sistema financeiro brasileiro é "regulado e mais fiscalizado". Aos empresários presentes na palestra, Lula disse que nunca houve tanto crédito no País quanto na gestão do PT. "Colocamos em doze anos uma Colômbia e um Paraguai no sistema financeiro", exemplificou. "Hoje temos trilhões para o crédito".

Os principais adversários da presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, têm focado as críticas na condução da política econômica, nos índices de crescimento e batido na tecla de que a inflação voltará a subir. "Manter inflação na meta com manutenção de salário e emprego não é usual, vamos levar a inflação para dentro da meta mantendo o nível de emprego", frisou Lula.

O petista também respondeu à declaração recente do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, um dos principais colaboradores econômicos do candidato do PSDB, senador Aécio Neves, que citou o aumento real do salário mínimo como um dos fatores de pressão inflacionária. "Tem gente dizendo que é melhor ter desemprego para trazer inflação para centro da meta."

Na palestra para uma plateia composta de empresários e representantes do sistema financeiro, Lula reclamou da imprensa brasileira, dizendo que nos jornais a impressão é que o "Brasil acabou". E voltou a citar os números positivos. "O Brasil pode ser a quinta economia do mundo em pouco tempo", previu. O petista afirmou que "não tem procedência levantar dúvida sobre a seriedade fiscal do Brasil", e disse que isso só pode "ser coisa de má fé."

Ao falar da gestão petista no País, incluindo a gestão da sucessora e afilhada política Dilma Rousseff, Lula citou o agronegócio, que dobrou sua produção, falou do pré-sal e do aumento da produção de petróleo, do que classificou de reconstrução da indústria naval e do crescimento da indústria automobilística, que no Brasil é o quarto mercado mundial. "E tudo isto em tempos de crise", disse.

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