Lula diz que 'não se deixa seduzir' por popularidade

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Por JOÃO DOMINGOS E LEONENCIO NOSSA
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, durante café da manhã com jornalistas, que é "sensível", mas que "não se deixa seduzir" pelos índices de popularidade que conquistou, segundo recentes pesquisas de opinião pública, que demonstram aprovação popular de mais de 70% ao seu governo. "Sou uma pessoa sensível, mas não me deixo seduzir, porque quem sobe pode cair. Como não posso passar de 100%, a tendência será de cair. Mas eu não deixo o ego subir. Porque se eu deixar subir, quando cair pode bater o desespero", disse. Questionado sobre em quem jogaria os sapatos, numa referência ao episódio em que um jornalista iraquiano atirou seus sapatos contra o presidente norte-americano, George W. Bush, Lula disse que "não daria sapatada em ninguém." Ele acredita, porém, que a partir de agora haverá mais dificuldades para os repórteres, com a possível colocação de vidros entre os jornalistas e os entrevistados. Os seguranças, brincou, deverão exigir também sapatos mais "cheirosos e leves", para não machucar ninguém. Lula brincou também ao dizer que acha que os entrevistados "têm direito de dar sapatada, também, em quem fizer pergunta tola." Obama Lula afirmou que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, deve agir em três frentes rapidamente, "para não ser engolido pela máquina." A primeira delas seria ajudar os países da América Latina, porque "se eles crescerem haverá mais emprego e com isso diminuirá a migração para os Estados Unidos." Outra frente seria mudar a política com o Oriente Médio. Para o presidente, "do jeito que está, nunca haverá paz". Isto porque, segundo ele, "o Hamas não senta na mesa de negociações, e por isso nunca vai obedecer o que for acordado." A terceira frente seria apoiar o crescimento no mundo. Para Lula, os Estados Unidos deveriam ajudar todos a crescerem, "porque assim diminuirá a pressão contra eles."

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