Lula diz que não quer deixar 'esqueleto' ao sucessor

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Por Tania Monteiro e ANGELA LACERDA E TIAGO DÉCIMO
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que seu governo vai chegar ao final, em dezembro próximo, e não deixará "esqueletos" para o sucessor. Em entrevista a uma emissora de rádio, em Aracaju, o presidente evitou dizer se vai ou não vetar o projeto aprovado no Congresso que concede aumento de 7,72% aos aposentados que ganham mais de um salário mínimo, mas deixou claro que o temor é criar novos buracos financeiros nas contas públicas."Estou pagando quase R$ 7 bilhões por ano de esqueleto na Previdência por causa do Plano Bresser, por causa do Plano Verão, por causa do Plano Collor, por causa do plano não sei das quantas. Não quero deixar esqueleto", disse Lula. "Quero fazer as coisas acontecerem da melhor maneira possível e não quero comprometer quem vier depois de mim. Quero que pegue um País mais acertado e com muito mais expectativa e esperança. Portanto não brincarei em serviço", completou.Diante da insistência para dizer, então, se vai ou não vetar o reajuste, Lula avisou que vai fazer aquilo que acha que deve fazer. "Se eu tiver que dizer não, vou dizer não e vou para a televisão explicar porque vou dizer não e vou dizer porque foi irresponsável alguém votar alguma coisa comprometendo o próximo governo".O presidente aproveitou para mandar um recado ao Congresso sobre medidas que estão sendo votadas, aproveitando o momento eleitoral. "As pessoas, muitas vezes, pensam que votar facilidades, votar benesses ajuda eleitoralmente. Não ajuda". Na sua avaliação, "o povo está compreendendo que o momento que o Brasil está vivendo é outro, e não se pode perder a seriedade com a estabilidade econômica, com o controle da inflação e com o crescimento sustentável que nós queremos para 10 ou 15 anos".AposentadoriaLula também visitou a capital baiana e prometeu que não vai deixar a política depois do fim de seu mandato."Faltam apenas seis meses para eu deixar a Presidência da República e eu tenho consciência do que nós fizemos pelo Brasil e do que falta fazer", contou à plateia, estimada em mil pessoas. "O que eu queria que vocês entendessem é que mesmo deixando a Presidência, eu não vou me aposentar da política", disse, arrancando aplausos.O presidente participou da entrega de certificados para 500 alunos dos programa Próximo Passo e assinou contratos para a construção de 4.155 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida na Bahia. "Por causa do PAC, do Minha Casa, Minha Vida, entre outras coisas, está faltando pedreiro, encanador, eletricista, engenheiro no País", disse. Lula assinou também os decretos de criação de quatro parques nacionais e a ampliação de outros dois na Bahia, totalizando uma área de conservação ambiental permanente de 66,7 mil hectares.

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