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Lula diz que faltam mais 'atores' no processo de paz no Oriente Médio

Presidente vai enviar ministro Celso Amorim para a Síria, 'país importante para a solução do conflito'.

Por Tarik Saleh
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta quinta-feira a posição do Brasil de servir como mediador em futuras negociações de paz entre israelenses e palestino no encerramento de sua viagem pelo Oriente Médio. O presidente salientou que o Brasil tem a capacidade de ser um ator principal dentro do processo de paz na região. "Faltam mais atores nas negociações de paz. O Brasil é, hoje, um país de importância no cenário internacional. Os árabes e israelenses querem a gente no grupo de países que têm condições de intermediar o conflito", disse. Falando em Amã, na Jordânia, Lula defendeu uma maior reforma nas Nações Unidas, dizendo que o organismo deveria ser o principal mediador pela paz no Oriente Médio. "A ONU é o único organismo multilateral que tem a capacidade de intermediar conflitos. No entanto, eu acredito que o organismo pode fazer mais do que vem fazendo", declarou Lula. Ele também disse que o processo de paz sofre porque há muitas pessoas envolvidas que estão distantes e não se falam por razões e rivalidades históricas. "Sinto que há pessoas que são parte da solução mas que atualmente estão distantes porque falta uma aproximação e interlocutores que possam colocá-los na mesma mesa". Síria Lula disse que pediu ao ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, que viajasse ainda nesta quinta-feira à Síria para levar uma mensagem ao país. "Nós entendemos que a Síria é um país muito importante dentro do contexto do Oriente Médio e na solução do conflito na região". O presidente não quis revelar qual mensagem o ministro Amorim levaria à Síria, mas que seria para mostrar a vontade do Brasil em contar com os sírios na busca pela paz na região. "Os Estados Unidos entenderam isso, que o sírios têm importância, e voltaram a nomear um embaixador no país". Irã O presidente ainda disse que Brasil manterá sua posição de diálogo com o Irã, apesar da controvérsia em torno desta relação. "Da mesma forma que conversamos com israelenses e palestinos, conversaremos com os iranianos. A soberania da política externa brasileira é inquestionável", disse. Para ele, os mesmos erros cometidos com o Iraque não devem ser repetidos com o Irã. "Os inspetores da agência de energia atômica são as pessoas certas para mostrar as intenções iranianas. O diálogo é a melhor solução". Lula disse que a falta de diálogo levará o Irã a desafiar ainda mais a comunidade internacional. "Tem que haver os inspetores e eles serão capazes de dar a certeza para o resto do mundo sobre as atividades iranianas". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.