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Lula diz que é preciso 'perseguir' autores de ataques no Rio

Em São Paulo, Lula diz ter oferecido ajuda ao Estado, mas sem mencionar valores ou prazos.

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Por Fabrícia Peixoto
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que é preciso "perseguir e encontrar quem praticou esse ato de violência", referindo-se a ataques atribuídos a traficantes na zona norte do Rio de Janeiro que deixaram cerca de 20 mortos no fim de semana. "Tudo que o governador precisar, estaremos dispostos a fazer todo o sacrifício que for necessário, para ver se a gente limpa a sujeira que essa gente impõe ao Brasil no mundo", disse o presidente, durante uma recepção a seu colega colombiano, Álvaro Uribe, em visita a São Paulo. "A cada dia temos a sensação de que é uma causa perdida, mas não vamos desanimar", acrescentou o presidente. Pela manhã, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, disse ter recebido a promessa de um investimento de R$ 100 milhões para a área de segurança pública, que serão desembolsados pelo governo federal. Além disso, o Estado deverá receber recursos para a compra de um segundo helicóptero blindado para uso da Polícia Militar. Segundo Cabral, a confirmação dos investimentos foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma conversa telefônica. Lula disse também que "ainda vai levar um tempo" para que o governo resolva os problemas gerados pelo crime organizado, mas que "ofereceu toda a ajuda ao governador". O presidente, no entanto, não deu detalhes do quanto foi oferecido ao Estado do Rio. Violência O objetivo dos investimentos é prevenir uma nova onda de violência no Rio de Janeiro. O Estado viveu um dia de extrema violência no último sábado, em função de disputas entre facções criminosas pelo controle do tráfico no Morro dos Macacos. Um helicóptero da Polícia Militar foi abatido no ar, matando três tripulantes. A polícia revidou aos ataques, gerando troca de tiros, sobretudo no bairro de Vila Isabel. Cerca de dez ônibus foram incendiados. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, pelo menos 20 pessoas foram mortas durante os confrontos, incluindo os três policiais. A Polícia Militar informou nesta segunda-feira que a situação está se normalizando, mas que as buscas por criminosos continuam. De acordo com o porta-voz da Polícia Militar, major Oderlei Santos, cinco operações de busca estavam sendo desencadeadas nesta segunda-feira. A onda de violência ocorre duas semanas depois de a cidade do Rio de Janeiro ser escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. O assunto foi destaque em alguns dos principais jornais do mundo nesta segunda-feira, com reportagens sobre a capacidade das autoridades do Rio de garantir a segurança durante a Olimpíada. "Os eventos do fim de semana são um constrangimento para um governo que mal acabou de celebrar seu sucesso ao vencer a candidatura olímpica", disse o jornal britânico The Independent Nos Estados Unidos, o jornal Christian Science Monitor afirmou que "as autoridades do Rio estão bastante cientes de que precisam melhorar seus resultados em termos de policiamento, especialmente agora que a tocha olímpica está distinguindo-os". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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