Lula diz não ter motivo para substituir Mantega e Meirelles

Segundo fontes, o presidente também não quer promover mudanças na economia

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na tarde desta quinta-feira, no Palácio do Itamaraty, que não tem motivos para substituir nem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nem o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nem promover mudanças na política econômica do governo. Foi o que revelaram participantes do almoço de Lula com o presidente do Peru, Alan García, que está em visita oficial ao Brasil. A declaração do presidente brasileiro foi feita em resposta a uma pergunta sobre o futuro de Mantega e Meirelles no governo, feita por um dos jornalistas convidados ao almoço. Segundo participantes, Lula disse ainda que uma das idéias em que está trabalhando para promover o crescimento econômico é a de oferecer parcerias a governadores e prefeitos. Acrescentou que pretende baixar um pacote de medidas na área de infra-estrutura e na desoneração do setor produtivo. "Afinal de contas, eu tenho que preparar o governo para o meu sucessor", afirmou. Mantega reage com brincadeiras "Não tenho comentários. Não ouvi essa notícia". Assim reagiu Meirelles, nesta quinta-feira, em Curitiba, ao ser questionado sobre notícias de que estaria confirmado no próximo governo do presidente Lula. Ele esteve na capital paranaense para inaugurar a nova sede do Banco Central. Mantega, mais cedo, havia reagido em tom de brincadeira sobre sua permanência ou não no cargo. Questionado se o fato de trabalhar em um programa fiscal de longo prazo não era um sinal de que continuaria no comando do Ministério da Fazenda, o ministro respondeu: "Cada um pode interpretar como quiser." Mantega falou nesta quinta-feira sobre o programa de desoneração tributária, que tem por objetivo elevar o crescimento econômico do País. Bem-humorado, o ministro reagiu rindo quando uma repórter comentou que sua aparência de felicidade seria sintoma de que já teria recebido o aval do presidente da República para continuar no cargo: "Tá vendo? É interpretação sua. Você poderia interpretar também assim: ´Puxa vida! Ele vai se livrar desse abacaxi, então está feliz por causa disso´. Isso (a aparência de felicidade) permite várias interpretações.". Questionado se via o ministério como um abacaxi, Mantega afirmou que "existem abacaxis doces e amargos", mas não especificou em qual categoria a Fazenda se encaixava. Rindo, completou: "Tem gente que gosta de abacaxis." Depois, mais sério, o ministro disse que sua continuidade no cargo será decidida "a seu tempo" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Só ele sabe, ninguém sabe", sintetizou. Mantega disse que não conversou com o presidente sobre eventuais mudanças no Banco Central (BC). Lembrou que a autoridade monetária tem autonomia e se reporta diretamente ao presidente.

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