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Lula diz a ruralistas que não permitirá atos ilegais no campo

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em reunião com 20 ruralistas, no Palácio do Planalto, que o governo não permitirá atos ilegais e novos conflitos no campo, segundo relato de participantes do encontro. Lula garantiu ainda que o governo tomará uma decisão técnica e não ideológica em relação ao comércio e plantio de transgênicos. Sem anunciar medidas emergênciais, o presidente tentou tranqüilizar os representantes das entidades rurais, prometendo dar mais atenção à reforma agrária neste segundo semestre. "Não vamos permitir a ilegalidade por parte de um laudo ou outro", disse o presidente, de acordo com o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Rivaci Sperotto. Ao comentar a situação das famílias assentadas, Lula criticou o processo de reforma agrária na gestão de Fernando Henrique Cardoso. "O governo não pretende competir em volume de acampamentos com o governo anterior, mas sim na qualidade dos assentamentos", teria afirmado o presidente. Lula disse aos ruralistas que o governo vai buscar a "eqüidade" entre trabalhadores sem-terra e fazendeiros. No encontro que durou cerca de duas horas, ele também defendeu a importância do agronegócio para a economia brasileira. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que participou da reunião negou que Lula tenha recebido o grupo para minimizar a polêmica por usar um boné presenteado por líderes do Movimento dos Sem-Terra (MST). "Não acho que tenha havido mal- entendido. A classe rural apenas queria uma reunião para discutir vários assuntos e não apenas a questão do MST", afirmou Rodrigues. Também participaram da reunião o ministro da Casa Civil, José Dirceu, e da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci. Mesmo sem anúncio de medidas concretas, os ruralistas deixaram o Palácio do Planalto afirmando estarem "tranqüilos". "O presidente Lula reafirmou que tudo deve ser feito dentro da lei", disse o presidente da Confederação Nacional de Agricultura, Antônio Ernesto de Salvo. "É isso que nos interessa. Bonés e opiniões respeitamos, embora não concordemos."

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