Lula diz a PSB que acha ´difícil´ encaixar Marta em Ministério

Líderes do partido disseram que o presidente sinalizou, durante encontro nesta tarde, que Cidades permanece com o PP, e Fernando Haddad fica na pasta de Educação

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, em encontro com lideranças do PSB, que vai discutir com o PT a situação da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, mas que "acha difícil" encaixá-la no Ministério. "O PT quer que Marta venha para o governo. Eu vou conversar com o PT, ainda. Mas é difícil fazer mudanças de nomes de pessoas de partidos que compõem a coalizão", teria afirmado o presidente, de acordo com relato de participantes do encontro, no Palácio o Planalto. "Como eu vou resolver a questão do PP que já tem um trabalho consolidado nas Cidades para atender outra demanda?", teria acrescentado Lula, ainda de acordo com participantes da reunião. Lula se referia especialmente ao ministério das Cidades, uma das alternativas para Marta, ocupada por Márcio Fortes, do PP. Lula sinalizou que vai resistir à pressão do PT para tirar Fernando Haddad do Ministério da Educação, que seria outra opção sugerida pelo PT para Marta. Lula, segundo líderes do PSB, chegou a citar o nome de Haddad em dois momentos durante o encontro. Ele teria dito que pediu ao ministro um programa mais forte de formação de jovens, e aceleração do processo de implantação da universidade do ABC. Os líderes saíram do encontro convencidos de que Fernando Haddad permanecerá no cargo, já que os dois programas citados são de longo prazo. O presidente também teria dito a dirigentes do PSB que não pretende tirar do cargo, num primeiro momento, o ministro da Defesa, Waldir Pires. Lula teria manifestado seu respeito e admiração por Pires e dito que o ministro "está muito fragilizado", numa referência à crise do setor aéreo e a fortes críticas recebidas tanto pela opinião pública quanto no meio político. Lula disse que pode esperar um pouco mais a definição para a pasta da Defesa, já que trocou os nomes dos comandantes das Forças Armadas. O presidente teria dito também, segundo dirigentes do PSB, que o Ministério dos Transportes deve voltar para o PR, antigo PL. Um líder do PSB relatou que em encontro anterior, o ex-ministro e deputado Ciro Gomes (PSB) teria dito ao presidente que pretende ficar na Câmara e não voltar para o governo. PMDB Ainda segundo participantes da reunião, a reforma ministerial deverá ocorrer somente na segunda quinzena de março. Durante o encontro, que durou duas horas, Lula teria sinalizado que vai esperar a convenção do PMDB, marcada para 11 de março, e a definição de nomes para os ministérios pelos partidos aliados, para concluir a reforma ministerial. "Estou tranqüilo. Estou convicto de que estou fazendo as coisas certas. É preciso esperar que o quadro político se estabilize um pouco", teria afirmado o presidente, segundo relato de dirigentes do PSB. Lula teria confirmado ainda que vai aumentar o espaço do PMDB no governo, mas que enfrenta dificuldades, por divergências internas no partido. "A Saúde fica com o PMDB, mas eu tenho problemas, porque ocorre uma duplicidade de indicação de nomes", teria afirmado o presidente, referindo-se a várias indicações que surgiram para o cargo. "Não tenho pressa. Minha prioridade é o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)." Este texto foi ampliado às 16h20.

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