Lula discute coligação com presidente do PSB

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do PSB, deputado Eduardo Campos (PE), e o vice-presidente do partido, ex-ministro Roberto Amaral, devem encontrar-se hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar da coligação formal do partido com o PT para as eleições presidenciais, mas não é certo que a aliança seja feita. "Estamos divididos, 50% para um lado e 50% para outro", disse ontem à noite o vice Amaral. Ele afirmou que, a seu ver, para o PSB é melhor que o partido não faça a coligação formal, para evitar as amarras que a verticalização (obrigação de manter nos Estados a mesma aliança feita para a disputa presidencial) impõe aos partidos. A intenção do PSB é se coligar com as mais diversas legendas. Em Pernambuco, por exemplo, a aliança não é com o PT, mas com o PL e o PP; no Ceará, pode ser feita com o PC do B. O presidente Lula queria o ex-ministro Ciro Gomes na sua chapa, no lugar do vice José Alencar. Acontece que o próprio PSB é contra a idéia, por considerar que Ciro não compõe a "alma" do partido, tendo se aproximado apenas para resolver suas pendengas com o PPS, que ameaçava expulsá-lo da legenda. Se o PSB coligar-se com o PT, Lula terá pelo menos mais cinco minutos diários na sua propaganda no rádio e na TV. Desfeita a possibilidade de candidatura de Ciro, o PSB mandou sinais ao presidente Lula de que aceitaria o convite para que a vice fosse ocupada pelo deputado Eduardo Campos, que vai disputar o governo de Pernambuco contra Mendonça Filho, do PFL, e contra Humberto Campos, do PT. Se fosse convidado por Lula para compor a chapa petista, ele poderia deixar o caminho livre para que o ex-ministro Humberto Costa brigasse sozinho com Mendonça Filho. Mas esse convite dificilmente será feito, acreditam os próprios socialistas. Por seu turno, o PC do B só fará sua convenção no dia 29. É uma forma de pressionar o PT a atender reivindicações que o partido fez. Um dirigente comunista informou que foram três: apoio do PT ao ex-ministro Agnelo Queiroz na disputa do governo do Distrito Federal, apoio dos petistas à candidatura do senador Leomar Quintanilha ao governo de Tocantins e manutenção da candidatura do deputado Inácio Arruda (PC do B-CE) ao Senado. O PT tem candidato ao governo do Distrito Federal, em Tocantins apóia a reeleição de Marcelo Miranda e, no Ceará, quer o ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira (PMDB) no lugar de Arruda. O mesmo dirigente do PC do B disse que o partido aguarda a reciprocidade do PT, pois apóia o partido em quase todos os Estados. Só depois é que dirá se participa ou não da aliança formal.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.