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Lula defende mudança na lei eleitoral para coibir corruptos

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Por Redação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se valeu da investigação de parlamentares supostamente envolvidos em desvio de recursos de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para defender uma mudança na lei eleitoral. Segundo o presidente, um político pode ser cassado por corrupção quando é governador e se candidatar ao Senado na eleição seguinte. "Se toma uma mandato de quatro anos e se dá um mandato de oito anos", disse Lula em discurso no lançamento de mais 63 obras do PAC em 21 estados e o Distrito Federal. Lula convocou a classe política a ter "coragem" de promover uma reforma na legislação eleitoral "que não permita que a gente fique a mercê da interpretação da Justiça Eleitoral". "É preciso ter coragem de fazer uma lei que em primeiro lugar interesse ao povo brasileiro; em segundo lugar, consolide os partidos políticos e em terceiro lugar, faça o povo acreditar que as coisas serão mais sérias a partir da nova legislação", disse ele. MANDI-CHORÃO Lula considerou exageradas as notícias sobre corrupção no PAC, derivadas da Operação João de Barro, da Polícia Federal, que investiga irregularidades em várias obras no país. "Quando a gente vai pescar o surubim, a gente percebe que tem ali um mandi-chorão, daqueles bem pequenininhos", disse Lula, buscando minimizar a questão. O presidente justificou sua afirmação ressaltando que dos 119 municípios investigados pela operação da PF, apenas 37 têm obras do PAC. "Precisamos aprender a culpar uma pessoa apenas quando o inquérito tiver terminado", defendeu Lula, destacando que não se pode dizer se essas 37 cidades estão com problemas, já que a investigação corre em sigilo de justiça. Lula enfatizou ainda que entre essas 37 cidades, apenas oito começaram as obras. "De 1,8 bilhão, foram liberados apenas 15 milhões. Entretanto, a loucura impregnada na cabeça dos julgadores precisa achar um culpado e quem é culpado nesse caso é o PAC", afirmou. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que onde há muitos recursos sempre existe possibilidade de haver desvios, e que o governo não tem como garantir que o PAC está blindado. "O que podemos garantir é que nossa atitude é de atenção, de busca de todos os mecanismos que coibam (irregularidades). Se não conseguirmos coibir, investigamos e punimos. Todo mundo que estiver de olho gordo nas obras do PAC que se cuide", advertiu ela. (Texto de Mair Pena Neto)

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