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Lula critica os que torcem contra o Brasil

Por JAMIL CHADE E ANDREI NETO
Atualização:

No dia seguinte a vitória da candidatura do Rio aos Jogos Olímpicos de 2016, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou frontal e repetidamente os "que sempre torcem contra o Brasil". Questionado a quem se referia, desconversou. "Vocês sabem quem torce contra". Com ar descansado e descontraído, Lula lembrou de seu discurso de campanha em 2002, dizendo que bater Madri, Tóquio e Chicago é algo "que parecia impossível", mas que foi realizado pelo País.As críticas foram feitas em pelo menos três momentos em uma entrevista coletiva de pouco menos de uma hora de duração, realizada no hotel Nimb, no centro de Copenhague, no final da manhã. Referindo-se a pessoas que "torcem contra" o País, Lula usou a vitória na candidatura como exemplo. "Tem muita gente que dizia que o Obama e os Estados Unidos iriam ganhar. Mas não ganhou. A experiência milenar da Espanha e do Japão não ganhou. Quem ganhou foi quem se preparou melhor", argumentou, reiterando elogios ao projeto apresentado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB).Então, citou outro exemplo para ilustrar suas críticas: a escolha do país para sediar a Copa do Mundo de 2014. "Lembro que quando nós ganhamos a disputa de 2014, tinha gente que dizia: ''O Brasil são está preparado!''. É o tipo de gente que levanta de manhã, vê seu sapato já velho e diz: ''Não vai caber no meu pé''", afirmou, provocando gargalhadas."Possivelmente a diferença entre mim e outras pessoas no Brasil é que eu tenho de provar todo santo dia - se eu não provar as pessoas não perdoam - que o Brasil vai dar certo", disse. "Não tem na história alguém que tenha de provar todo santo dia", continuou o presidente.Em contraponto aos seus críticos, lembrou as vitórias esportivas, o início da exploração do pré-sal e a perspectiva de que o País se torne a quinta maior economia do mundo - atrás dos EUA, do Japão, da China e da Alemanha - para reforçar a sua crença no desenvolvimento do Brasil. Lula afirmou ainda que o País "já poderia ser uma potência econômica". "Vocês estão lembrando do discurso que eu fiz em 2002? Eu disse: primeiro nós vamos fazer o necessário, depois nós vamos fazer o possível, e quando nós menos esperarmos, vamos fazer o impossível", relembrou, concluindo: "A Olimpíada é uma dessas coisas quase impossíveis".

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