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Lula chora em jantar de confraternização com ministros

O presidente chegou às lágrimas ao lembrar a crise política que abalou o governo

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Por Agencia Estado
Atualização:

Foi novamente um choro só. No jantar de confraternização com ministros, promovido quarta-feira no Palácio da Alvorada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou às lágrimas ao lembrar a crise política que abalou o governo, os tempos de dificuldades que se estenderam até a campanha e, emocionado, fez inúmeros elogios ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Lula agradeceu a dedicação de todos e também dirigiu afagos aos petistas que entraram no governo "no meio da tempestade", como Luiz Marinho (Trabalho) e Paulo Vanuchi (Direitos Humanos). Da mesma forma que na solenidade de diplomação, há oito dias, o presidente se emocionou ao dizer que o povo mais humilde nunca o abandonou. "Foi um momento de muita emoção para todos nós, porque é o fechamento de um mandato que passou por vários momentos de instabilidade, teve incompreensões, erros e acertos e que hoje recebe um profundo reconhecimento da sociedade", afirmou o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Lula lembrou que Meirelles abriu mão do mandato de deputado federal eleito pelo PSDB, em 2002, para comandar o Banco Central, quando muitos diziam que seu governo seria de incertezas na seara econômica. Sugeriu, assim, que Meirelles trocou o certo pelo duvidoso. Disse, ainda, que o presidente do Banco Central nunca esmoreceu, mesmo quando era atacado em todos os fronts por causa das altas taxas de juros. O elogio ao amigo Vanuchi foi quase uma despedida porque o petista já avisou que voltará para casa em 2007. Lula também afagou Marinho, que comprou várias brigas para defender o presidente no auge da crise. Ninguém tem dúvidas de que o ministro do Trabalho permanecerá na equipe. Diante de uma mesa que oferecia delícias como leitoa, carneiro e peixe, Lula afirmou que, com todos os percalços, o primeiro mandato foi um aprendizado. Depois, reiterou que o segundo turno da eleição "foi uma bênção" porque ele pôde ter maior contato com a população para se defender das acusações. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, abraçou Lula carinhosamente e deu uma pequena "canja" no Alvorada. Entusiasmado ao comentar o resultado de pesquisas indicando que, a poucos dias de encerrar o primeiro mandato, sua avaliação está próxima à conquistada em março de 2003, pouco depois da posse, o presidente pediu mais trabalho à equipe. "Continuem trabalhando, mesmo em janeiro", conclamou. Luiz Carlos Guedes Pinto, ministro da Agricultura, disse que Lula lembrou sua maior responsabilidade daqui para a frente. "O presidente observou que essas pesquisas indicam o reconhecimento muito positivo do governo por parte da população", relatou Guedes. "E fez uma avaliação positiva de nossos quatro anos, com todas as dificuldades que tivemos", completou Tarso. Dos 34 ministros, só Marina Silva (Meio Ambiente), Jorge Félix (Segurança Institucional) e Silas Rondeau (Minas e Energia) não compareceram ao jantar de fim de ano com Lula.

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