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Lula chega nesta quinta no México e deve tratar da Venezuela

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca na noite de quinta-feira em Guadalajara, no México, preparado para tratar um dos temas que mais vêm preocupando o governo brasileiro na América do Sul - a decisão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de compor milícias populares. A diplomacia brasileira também está apreensiva com as incertezas sobre a convocação do referendo popular para decidir a continuidade ou não do mandato de Chávez. Lula deverá tratar do tema em encontros bilaterais que manterá à margem da reunião de cúpula América Latina-Caribe-União Européia, que será encerrada no dia 29. Na avaliação do governo brasileiro, a possibilidade de Chávez ir adiante na sua proposta de armar a população, com o objetivo de montar milícias favoráveis a seu governo, abre uma margem de instabilidade de longo prazo no país, a exemplo do que ocorreu com a Bolívia entre os anos 50 e 70. Também causaram preocupação em Brasília as iniciativas do governo venezuelano de reprimir setores de oposição. Na semana passada, Chávez havia ameaçado cassar os vistos de jornalistas estrangeiros e a nacionalidade de empresários locais. Segundo informou uma fonte do governo, o presidente Lula embarcou para sua viagem à China - a primeira etapa, antes de alcançar Guadalajara - munido de um dossiê sobre a Venezuela. No último dia 20, ao assinar e divulgar um comunicado do Grupo de Amigos da Venezuela, o Brasil já havia dado sinais mais claros de insatisfação com as reservas manifestadas por Caracas sobre o processo de verificação das assinaturas coletadas em favor do referendo revocatório, que deverá ser concluído até o próximo dia 31 de maio. No comunicado, o Grupo de Amigos da Venezuela - composto pelo Brasil, Chile, Espanha, Estados Unidos, México e Portugal - indicou que esperava que o processo de verificação fosse conduzido de "forma transparente e em condições que assegur a livre manifestação da vontade do povo venezuelano, ensejando que se promova efetivamente a reconciliação nacional". A nota ainda mencionava que o Grupo "considera imperativo" evitar o uso da violência.

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