PUBLICIDADE

Lula chega a NY para encontros bilaterais e assembléia da ONU

Presidente se reúne com seis presidentes, entre eles Sarkozy e Bush, e com a chanceler alemã Angela Merkel

Por Tania Monteiro
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou por volta das 2h15 desta segunda-feira, 24, em Nova York. Ele vai participar da abertura dos trabalhos da 62.ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na terça-feira, onde defenderá a necessidade de um esforço internacional conjunto para buscar soluções para a questão das mudanças climáticas.   No discurso de abertura da Assembléia, Lula dirá que a questão é "grave" e "urgente" e que todos os países têm responsabilidade em relação ao assunto, mas ressaltará que as nações ricas devem fazer mais para combater a poluição e o aquecimento global porque foram ou são ainda os maiores poluidores. Lula tem advertido que não aceita que, mais uma vez, os países mais pobres paguem o preço pela poluição do planeta. Ele destacará que por isso se empenha pelos biocombustíveis, que considera uma energia alternativa, renovável e ecologicamente superior aos combustíveis fósseis. Indiretamente, Lula deixará o recado de que não aceitará novos acordos sobre questões climáticas e de meio ambiente que não passem pelo Protocolo de Kyoto - que definiu metas para redução de emissão de poluentes -, e nem a discussão de acertos fora do âmbito da ONU. Na semana passada, quando participou do 2.º Encontro Nacional dos Povos da Floresta, Lula havia dado o tom do discurso que pretende fazer na ONU: avisou que se recusa a aceitar lições que qualquer governante tente dar ao Brasil de como preservar as florestas. Para ele, os países que mais poluem o planeta têm maior responsabilidade pela dificuldade e devem assumir os investimentos para reverter a situação. Na ONU, Lula apresentará os resultados da política de preservação da Amazônia. Ele tem lembrado que o desmatamento na Amazônia foi reduzido em 50% e na Mata Atlântica em 75%, e isso equivale a evitar o lançamento, na atmosfera, de 430 milhões de toneladas de gás carbônico. A luta contra o protecionismo dos países ricos não ficará de fora do discurso presidencial, que deve durar 15 minutos. Lula voltará a destacar ainda a necessidade de ampliar o número de vagas permanentes no Conselho de Segurança.  Encontros bilaterais Acompanhado do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, Lula adiantou sua viagem para cumprir a agenda cheia desta segunda-feira. O primeiro compromisso do presidente será às 15 horas. Ele vai se reunir com o presidente da Polônia, Lech Kaczynski.  O encontro com o presidente americano, George W. Bush, está previsto para às 18 horas no Hotel Waldorf Astoria, local onde está hospedado. Na pauta da reunião, marcada a pedido de Bush, entrarão assuntos como etanol e a nova proposta de redução de subsídios agrícolas. Lula deve ouvir uma proposta de redução de tarifas de produtos industriais. O presidente brasileiro terá ainda outros encontros bilaterais com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, da Coréia do Sul, Han Duck-Soo, do Timor Leste, José Ramos Horta, e da República Tcheca, Václav Klauss. Na terça-feira, ele se encontrará com o representante da Autoridade Palestina (AP), Mahmud Abbas. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também acompanha o presidente.   Matéria alterada às 11h25.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.