Lula chama de falácia crítica dos países ricos a etanol

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Por CARMEN MUNARI
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu o tom nesta sexta-feira e atacou os países ricos por apontarem a produção de biocombustível como responsável pela alta no preço dos alimentos. Para ele, esse debate é "falso, uma mentira deslavada e uma falácia" e ainda foi mais longe nos adjetivos. "Essa discussão é medíocre, pobre de espírito e vergonhosa para quem não sabe fazer uma briga comercial no nível que tem que ser feito", afirmou o presidente em discurso na inauguração de uma unidade petroquímica da Braskem em Paulínia, interior de São Paulo. O presidente disse ainda que o Brasil deve reagir às críticas de que a produção de cana-de-açúcar, base do etanol no país, estaria invadindo a área de cultivo de alimentos. "Nunca faltei com o respeito a nenhum país, entretanto não ficaremos quietos se continuarem as mentiras deslavadas sobre o etanol e o biocombustível", acrescentou. Lula voltou a dizer que a alta dos preços dos alimentos se deve ao maior consumo desses produtos pelos países em desenvolvimento, como Brasil, China e Índia. E que a solução para essa crise é plantar mais. "Seríamos insanos se disséssemos 'olha queremos produzir álcool e não alimentos"', afirmou Lula, mencionando que a área plantada de cana no Brasil corresponde a 1 por cento da terra cultivável no Brasil. Lula aproveitou para criticar os Estados Unidos que produzem álcool a partir do milho, produto que segundo ele é subsidiado pelo governo norte-americano. Para o presidente a alta dos alimentos está mais relacionada ao preço do petróleo, que encarece o frete e os fertilizantes. Mais cedo, em Campinas, onde deu início a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Lula disse que a alta dos alimentos é passageira. "A produção de alimentos não foi proporcional à demanda, mas isso não pode ser visto como coisa perigosa, é passageira", afirmou. Lula mencionou que em novembro o Brasil vai sediar uma conferência internacional sobre biocombustíveis. "Queremos convidar todos aqueles que ousam falar insanidades contra o Brasil e contra a produção de biocombustível."

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