Lula chama centrais para discutir reforma política

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Por Daiene Cardoso
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Longe do Palácio do Planalto e empenhado em continuar participando ativamente da política nacional, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou as centrais sindicais para discutir uma proposta conjunta de reforma política a ser defendida no Congresso Nacional.O ex-presidente vai ouvir os dirigentes sindicais no dia 27 de maio no Instituto Cidadania, organização não-governamental que ele voltou a dirigir após deixar a Presidência da República. Hoje, sindicalistas ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) promoveram um seminário em um hotel na zona sul de São Paulo para debater o tema.Embora o assunto ainda não seja prioridade no Congresso, partidos e entidades da sociedade civil começam a se mobilizar em torno do tema. O PT escolheu o ex-presidente para intermediar as negociações entre partidos e organizações civis. O primeiro encontro aconteceu na última segunda-feira, 16, quando representantes do PT, PSB, PCdoB e PDT decidiram promover uma articulação política unificada para defender propostas consensuais, entre elas fidelidade partidária, financiamento público de campanha e fim das coligações.No mesmo dia, o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), se encontrou com o ex-governador José Serra para ouvir as propostas dos tucanos. Na ocasião, Serra insistiu na implantação do voto distrital nas eleições de 2012 para municípios com mais de 200 mil habitantes.Para a CUT, a reforma política só sairá se houver mobilização de toda a sociedade brasileira. "Acho que se a sociedade se mobilizar, as reformas entram em debate. Só temos este ano", lembrou o presidente da CUT, Artur Henrique, ao referir-se às eleições municipais do próximo ano.Relator da Comissão Especial sobre Reforma Política da Câmara Federal, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) ressaltou no evento que uma ampla reforma tem menos chances de ser aprovada, mas que fidelidade partidária e financiamento público de campanha têm amplo apoio na Casa. Ele admitiu que seu relatório, a ser apresentado em pouco mais de um mês, deve propor um sistema eleitoral misto com voto proporcional. "Não vai ser o relatório dos meus sonhos, será o relatório possível", afirmou o deputado, que defende voto em lista fechada.

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