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Lula busca 'dar substância econômica' à relação com Cuba

Presidente é recebido pelo chanceler cubano na chegada para visita oficial a Havana.

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Por Denize Bacoccina
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido no aeroporto pelo chanceler cubano Felipe Roque Perez, na chegada a Havana, na noite de segunda-feira, para sua segunda visita oficial ao país. A viagem, de acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deve dar "mais substância econômica" à relação entre os dois países. O ministro disse, em entrevista a jornalistas brasileiros na Cidade da Guatemala (primeira parada da viagem presidencial), que a relação entre Brasil e Cuba "politicamente sempre foi excelente, mas talvez tivesse menos substância econômica do que poderia ter". Para isso, Lula deve anunciar durante a visita quase US$ 1 bilhão em financiamentos brasileiros para setores como construção de rodovias, empreendimentos hoteleiros, produção de medicamentos e vacinas e importação de alimentos. Dificuldades A Petrobras também estuda investimentos na setor de petróleo, como a prospecção no Golfo do México em associação com a estatal cubana de petróleo e outros empresas estrangeiras, além da construção de uma fábrica de lubrificantes. O mais provável, porém, é que durante a viagem seja assinado apenas um acordo que cria o marco legal para posssibilitar a realização desses investimentos no futuro. Na primeira visita de Lula a Cuba, em setembro de 2003, vários investimentos anunciados não se concretizaram. Amorim disse que "essas coisas levam tempo para se consolidar". "Felizmente, o presidente Lula está tendo um segundo mandato e, graças a isso, muitas coisas que foram semeadas no primeiro estão podendo ser proveitadas agora", afirmou o ministro. "Muitas coisas que nós vimos dificuldades burocráticas aqui e ali para vencer estão sendo vencidas." Jantar Do aeroporto, Lula seguiu direto para um jantar com o vice-presidente de Cuba, Raúl Castro, irmão de Fidel e indicado por ele para substitui-lo no cargo desde que foi afastado por motivos de saúde, em julho de 2006. O encontro de Lula com Fidel não consta na agenda oficial, dependendo apenas do governo cubano. O mais provável é que aconteça nesta terça-feira, depois do almoço, mas assessores do Planalto estão preparados para uma surpresa a qualquer momento. O governo brasileiro não tem sequer a garantia de que o encontro poderá ser documentado pelo fotógrafo oficial da Presidência. Na visita de 2003, Lula foi recebido no aeroporto pelo próprio Fidel Castro, que também se despediu dele no local do embarque de volta ao Brasil. Nesta terça-feira, o primeiro compromisso do presidente é um café da manhã com o presidente da Assembléia Nacional, Ricardo Alarcon de Quesada. Em seguida, depois de uma cerimônia de oferenda floral no Memoral José Martí, Lula será recebido com uma cerimônia oficial de chegada no Palácio da Revolução, onde terá uma reunião privada com Raúl Castro, seguida de assinatura de atos. Depois de um almoço na residência da embaixada brasileira, o presidente visita, à tarde, o Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia e a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam), onde estudam ou estudaram cerca de mil brasileiros. Acompanham o presidente na viagem os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, da Saúde, José Gomes Temporão, da Educação, Fernando Haddad, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, além do assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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