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Lula anuncia US$ 1,3 bilhão em créditos para Angola

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Por Redação
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O governo brasileiro anunciou na quinta-feira que a linha de crédito oficial para Angola vai quase dobrar, atingindo 1,3 bilhão de dólares, para promover a atuação de empresas do Brasil e permitir a recuperação econômica daquele país. Interessado em ampliar sua influência na África e em ter acesso aos vastos recursos minerais do continente, o Brasil mantém desde 1995 uma linha de crédito rotativo para Angola, um país rico em petróleo. Agora, governo pretende acrescentar 1 bilhão de dólares ao programa de assistência financeira. O anúncio foi feito no início da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Angola, última etapa de sua viagem pela África (ele esteve antes em Burkina Faso, República do Congo e África do Sul). "Hoje mais do que nunca o Brasil está dobrando sua aposta [em Angola]", disse Lula numa reunião com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e com autoridades dos dois países, segundo a agência estatal de notícias Angop. Lula, que salienta os laços culturais do Brasil com a África e defende os interesses dos países em desenvolvimento desde o início de seu governo, em 2003, disse acreditar que as empresas brasileiras têm como fornecer soluções para alguns dos piores problemas angolanos. A infra-estrutura angolana -- inclusive portos, ferrovias e hospitais -- foi devastada por uma guerra civil de 27 anos, que só terminou em 2002. Embora ajudado pelo boom do petróleo, o governo ainda luta para reconstruir a economia e melhorar o padrão de vida da população. José Eduardo dos Santos, que governa Angola desde 1979, disse que a ampliação do crédito brasileiro "nos enche de satisfação" e marca um novo capítulo nas relações bilaterais. "Este é mais um sinal da disposição que o Brasil sempre demonstrou em promover as relações comerciais com Angola, contribuindo para seu desenvolvimento bem como para o aprofundamento de uma relação exemplar", disse o líder angolano. Ele também repetiu a promessa de realizar em 2008 as eleições parlamentares, já atrasadas. Angola não tem uma eleição nacional desde o desastroso pleito presidencial de 1992, abandonado depois do primeiro turno, quando a guerra civil recomeçou. A estabilidade política e a perspectiva de eleições livres aumentam o fluxo de investimentos estrangeiros para Angola, e as empresas brasileiras estão entre as mais empenhadas em participar dos projetos de reconstrução e exploração de petróleo. O comércio entre as duas ex-colônias portuguesas quase quintuplicou desde 2003, sendo que as exportações angolanas atingiram 460 milhões de dólares por ano. Angola também é o quarto maior mercado para as exportações brasileiras na África. Os dois países também decidiram na quinta-feira estreitar sua cooperação em áreas de educação e saúde. O governo Lula prometeu, entre outras coisas, ajudar as autoridades locais a combaterem a malária e outras doenças. Dos Santos disse à delegação brasileira que seu país tem potencial para produzir biocombustíveis e que pode se beneficiar da tradição brasileira nesse setor energético emergente. Vários países africanos já manifestaram interesse em adquirir a tecnologia brasileira de produção de etanol e biodiesel.

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