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Lula age para enquadrar debate e proteger Dilma

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Por Redação
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Contrariado com a disputa entre as correntes do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado aos principais candidatos: não quer que os debates da campanha pelo comando do partido virem "sessão de divã" contra o presidente do Senado, José Sarney, e as alianças pragmáticas que a legenda terá de fazer em 2010. Para Lula, todo assunto que respingue no PMDB e na chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão presidencial, deve ser arquivado. Munido do diagnóstico de que o PT adora dar "tiro no pé" e lavar roupa suja em público, Lula chegou a procurar o ministro da Justiça, Tarso Genro, com o objetivo de evitar que o deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP), do grupo Mensagem ao Partido, entrasse no páreo. Queria um acordo entre os dois "José Eduardo", mas não conseguiu. "Eu acho que o presidente pode ficar tranquilo porque não haverá um processo de acerto de contas", afirmou José Eduardo Dutra, da BR Distribuidora. "Nessa primeira eleição sem Lula na chapa, nosso desafio é garantir a eleição de Dilma e, para isso, temos de nos unir." Na avaliação de Dutra, nem mesmo a crise no Senado vai contaminar a eleição no PT. "Não acredito que essa novela se prolongue por mais de um mês", comentou o candidato da corrente Construindo um Novo Brasil, que disse estar disposto até mesmo a depor na CPI da Petrobrás. Às vésperas do aniversário de 30 anos do PT, a plataforma do antigo Campo Majoritário destaca que a continuidade do projeto do partido, em 2010, depende da capacidade de fortalecer o bloco de esquerda e agregar forças de centro, principalmente o PMDB. "A construção de palanques estaduais unitários é uma exigência desse objetivo, independentemente de o PT estar na cabeça da chapa", diz um trecho do documento. Ao contrário da corrente de Lula, o programa do grupo de Cardozo menciona a crise e prega o debate sobre o sistema unicameral, com a extinção do Senado. O tema é polêmico e já dividiu o PT em 2007. "Não é uma posição fechada, mas, sim, uma reflexão necessária", observou Martins Cardozo.

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